Publicado em 25/10/2025 às 11h25.

Antes de reunião com Trump, Lula critica tarifas e defende o Brics

Presidente afirmou que o bloco é "ator principal" na luta contra a assimetria global

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (25) que o Brasil está trabalhando para fortalecer o diálogo e a cooperação entre os países do hemisfério sul global. As declarações foram feitas pelo presidente em seu discurso de aceitação do título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global concedido pela Universidade Nacional da Malásia. As informações são do portal InfoMoney.

Lula ainda fez criticas a tarifas impostas por nações contra outras. A fala em questão ocorre às vésperas da primeira reunião do petista com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs uma série de taxações contra o Brasil. Desde agosto, produtos brasileiros se tornaram alvo de sobretaxas que somam 50%.

“Somos a maioria da população mundial e compartilhamos do mesmo desejo de justiça e superação das desigualdades. Rejeitamos a lógica da guerra como continuidade da política. Tarifas não são mecanismos de coerção. Nações que não se dobraram ao colonialismo e à dicotomia da Guerra Fria não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”, disse Lula.

O presidente brasileiro ainda ressaltou o papel do Brics (bloco econômico formado por nações como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Indonésia e Emirados Árabes) “ator fundamental na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico”.

“A defesa de uma ordem baseada no diálogo, na diplomacia e na igualdade soberana das nações está no cerne da proposta brasileira de reforma das Nações Unidas. (…) O recrudescimento do protecionismo e a paralisia da Organização Mundial do Comércio impõem uma situação de assimetria insustentável para o Sul Global. É hora de interromper os mecanismos que sustentam, há séculos, o financiamento do mundo desenvolvido às custas das economias emergentes e em desenvolvimento. É inaceitável que os países ricos tenham nove vezes mais poder de voto no FMI do que o Sul Global”, disse.

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