Publicado em 28/10/2025 às 09h22.

Venezuela acusa CIA de planejar ataque que justificaria invasão dos EUA ao país

Segundo Caracas, célula planejava atacar um navio americano localizado próximo a costa da Venezuela e culpar o presidente Nicolas Maduro

Redação
Fotomontagem: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil e White House Archived

 

O governo da Venezuela afirmou na segunda-feira (27) que uma “célula criminosa”, supostamente ligada à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA, havia sido desmantelada. Segundo as autoridades, o grupo planejava atacar o contratorpedeiro USS Gravely, da Marinha americana, que está ancorado em Trinidad e Tobago, pequena nação caribenha situada em um arquipélago a poucos quilômetros da costa venezuelana.

De acordo com o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, quatro pessoas foram presas. O governo alega ainda que a operação teria como objetivo incriminar o governo de Nicolás Maduro e justificar uma ação militar de Washington. As informações são do portal InfoMoney.

O chanceler venezuelano, Yván Gil, afirmou ter notificado o governo de Trinidad e Tobago sobre o suposto plano de “bandeira falsa”. “Informei com claridade ao governo de Trinidad e Tobago sobre a operação de bandeira falsa dirigida pela CIA: atacar um navio militar estadounidense parado na ilha e culpar a Venezuela”, afirmou Gil citado em reportagem do jornal O Globo.

O episódio ocorre em meio a escalada de tensão entre Caracas e Washington, com o presidente dos EUA, Donald Trump, tecendo constantes acusações contra o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, sobre o envolvimento de seu governo com o narcotráfico.

O republicano ainda admitiu, no último mês, ter autorizado operações secretas da CIA na América do Sul e reiterou planos de expandir ações militares contra grupos ligados ao narcotráfico na região. A campanha, que já inclui o afundamento de embarcações no Caribe e no Pacífico, resultou em 43 mortes, segundo o governo americano.

A primeira-ministra trinitária, Kamla Persad-Bissessar, rejeitou as acusações de Caracas e afirmou à agência AFP que não aceitará “chantagem”. “Nosso futuro não depende da Venezuela e nunca dependeu”, disse a líder, que mantém exercícios conjuntos com forças americanas.

O governo de Trinidad e Tobago declarou que a presença do navio dos EUA visa “reforçar a luta contra o crime transnacional e construir resiliência por meio de capacitação e cooperação em segurança”. O governo local ressaltou que “valoriza a relação com o povo venezuelano, dada a história compartilhada entre os dois países”.

 

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