Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba.
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Publicado em 12/11/2025 às 00h00.
A maior mágica em ‘Truque de Mestre 3’ será a de te fazer dormir no filme
Sequência derivativa tenta reviver o encanto da franquia, mas entrega um espetáculo com truques baratos e cheio de clichês
João Lucas Dantas

Foto: Katalin Vermes/ Lionsgate
“Truque de Mestre 3: O 3º Ato“, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13), marca o retorno da série após quase uma década desde o último lançamento, em 2016, com o seu capítulo mais fraco e derivativo até o momento, sob a direção de Ruben Fleischer (de Zumbilândia 1 e 2).
O querido grupo de ilusionistas do cinema, conhecidos como Os Cavaleiros, sai da aposentadoria e volta às telonas para mais uma aventura, dessa vez reunidos por conta de um roubo de diamante, para expor uma rede de criminosos, com a ajuda de um trio de novatos.
Os personagens J. Daniel Atlas (de Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Jack Wilder (Dave Franco), Henley Reeves (Isla Fisher), com a participação de Thaddeus Bradley (o veterano Morgan Freeman), vão contar com a ajuda de três novos mágicos que chamam a sua atenção, interpretados por Justice Smith (de Dungeons & Dragons — Honra Entre Rebeldes), Dominic Sessa (Os Rejeitados) e Ariana Greenblatt (Barbie).

Foto: Katalin Vermes/ Lionsgate
O charme desaparece
Todo o charme dos primeiros dois filmes, que já eram produções bem inocentes, com a pura intenção de entreter os espectadores com alguns truques visuais e reviravoltas constantes, se perde no novo longa, que parece ter como única intenção uma passagem de bastão para um novo grupo de personagens, que não tem, nem de longe, o mesmo potencial do anterior.
Dessa vez, os oito protagonistas enfrentam a ameaça da vilã Veronika Vanderberg, interpretada pela britânica Rosamund Pike (Garota Exemplar), que é uma excelente atriz, porém, sua maior vilania nesse filme é a simulação do sotaque alemão, que torna sua interpretação extremamente cafona e exagerada.
O filme já começa com um discurso metalinguístico que tenta explicar aos espectadores desavisados por que o grupo havia se aposentado e as diferenças para o mundo que vivemos em 2025, quase 2026. Críticas a bilionários de “big techs”, aos jovens da geração Z e à inteligência artificial, o que é irônico, já que o roteiro parece ter saído de um comando dado ao ChatGPT.
Pode-se dizer que existem facilitadores para fazer a trama andar aqui, mas, para haver um facilitador, seria necessário que um desafio fosse proposto em primeiro lugar. As coisas acontecem em um ritmo frenético e sem nenhuma razão de ser.
O espectador pisca e o grupo de mágicos marginalizados pode aparecer em qualquer lugar do mundo, com recursos e motivações que jamais são explorados para além da camada mais rasa possível.
Mas o maior problema é, de fato, o novo grupo de jovens ilusionistas, que não tem, nem de longe, o carisma do quarteto (ou quinteto) anterior. Para ser justo, Justice Smith é o único que se esforça para disfarçar o fato de que todos só estão ali pensando no cheque gordo que vão receber por esse filme.
O personagem de Dominic Sessa, ator que estreou no excelente Os Rejeitados, dois anos atrás, consegue a proeza de ser mais irritante do que Jesse Eisenberg, o líder do grupo original, que mais uma vez, e mais do que nunca, é o neurótico e irônico, sempre com uma resposta na ponta da língua.

Foto: Reprodução
Encontre o humor
As constantes piadas estão mais bobas do que nunca no roteiro assinado por Seth Grahame-Smith, Michael Lesslie e Rhett Reese, em um constante e dissonante desencontro de tempo cômico, que reflete o descontrole do diretor Ruben Fleischer em saber o que fazer com esses personagens.
Mesmo com os atores dando a impressão de estarem se divertindo, a sensação é que estamos observando uma rodinha de amigos lançando piadas internas das quais não achamos a menor graça.
Em dado momento do filme, os personagens reafirmam serem apenas mágicos e não super-heróis, mas neste terceiro ato estão mais heróicos do que nunca. Só que não como os clássicos personagens da Marvel e da DC, mas sim como quando os Trapalhões faziam suas paródias. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias ficariam orgulhosos.

Todos os perigos que os cercam, ou seja, policiais, criminosos, ou qualquer tipo de antagonista que chegue perto do grupo, são tratados como bobalhões, que só faltam cair no truque de escorregar na casca de banana no chão. Na maior parte do tempo, a mágica é deixada de lado, para resolverem tudo no soco mesmo. O mais difícil é acreditar que estes ilusionistas franzinos são tão bons de briga.
Porém, nem tudo está perdido. Se aceitarmos a suspensão da descrença, o filme tem momentos que divertem — no mínimo arrancam algumas risadas pelos absurdos propostos, principalmente no meio do filme, quando descobrem uma mansão que mais parece a casa do Louco, personagem da Turma da Mônica.
Conclusão insatisfatória
O último ato é quando as coisas se embolam de vez. Os personagens se acumulam aos montes em uma passagem pelos Emirados Árabes, quando as cenas de ação mais pretensiosas acontecem, mas é quando o roteiro mais peca, sem amarrar direito nenhuma ponta e sem justificar as ações de maneira que façam algum sentido com a trama.
A passagem final é, claro, o que o público mais espera, quando finalmente são revelados todos os segredos escondidos ao longo do filme, com o fim de conseguir um grande “uau” da plateia; porém nada surpreende, porque nada se encaixa dentro da lógica proposta até então.
Claro, é difícil procurar lógica em uma ficção cinematográfica tão absurda, mas é necessário se ater às ideias propostas e manter uma coesão dentro do que é estabelecido no universo proposto. O que não acontece nesta continuação, já que tudo soa muito forçado para causar este efeito coletivo, que não diz muita coisa.

Para os fãs da série, haverá surpresas, aparições especiais, momentos divertidos da reunião dos personagens originais, que aqui mais parece que estão trazendo Os Vingadores de volta. Mas fica aquele gostinho ao fim do filme de que é mais uma sequência caça-níquel, para surfar no meio de tantas outras, buscando fazer o máximo de dinheiro em cima de uma série consolidada que estava afastada das telonas.
Em compensação, a fotografia do longa está bem equilibrada e visualmente deslumbrante durante as cenas noturnas, que captaram bem a iluminação de cada local retratado, ao lado de uma direção de arte cuidadosa.
A verdadeira mágica de Truque de Mestre 3 será conseguir prender a atenção do espectador até o final sem que ele dê uma olhadinha no relógio, porque o filme se torna uma sequência que repete feitos do passado, que parecem não ter mais nada a dizer nos dias de hoje, para além de obviedades.
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