Publicado em 17/11/2025 às 11h53.

Elísio Pitta estreia espetáculo de dança ‘IMPERMANÊNCIA’ em Salvador

Temporada marca o retorno do artista à Bahia após 12 anos sem apresentações solo no estado

Redação
Foto: Vantoen P. Jr e Abne/Divulgação

 

De 28 de novembro a 15 de dezembro, sempre de quinta a segunda-feira, às 19h, o público de Salvador poderá conferir Impermanência, novo espetáculo do bailarino e coreógrafo Elísio Pitta. A temporada acontece no Teatro do Goethe-Institut, no Corredor da Vitória, e marca o retorno do artista à Bahia após 12 anos sem apresentações solo no estado.

Com direção artística e encenação de Gatto Larsen e supervisão coreográfica de Clyde Morgan, a obra propõe um diálogo entre dança, memória e ancestralidade para refletir sobre o tempo, a vida e as marcas deixadas pelos corpos negros na história da arte. No espetáculo, a ideia de impermanência surge não como ausência, mas como movimento contínuo.

No palco, a tinta vermelha utilizada na cena ganha simbolismo ao desenhar no chão os vestígios dos corpos dançantes e seus fluxos de vida e morte. A cor também remete ao legado de artistas como Ismael Ivo, cuja trajetória é citada como inspiração para Pitta. A obra busca ressaltar a circularidade entre arte e existência, passado e futuro.

A dança negra contemporânea é tratada como linguagem central de Impermanência. Segundo Pitta, cada gesto convoca memórias ancestrais e reposiciona a história, enquanto a coreografia atravessa o espaço como uma “escrita viva”.

“Há algo profundamente simbólico em dançar na cidade onde se nasceu. A temporada Impermanência é uma celebração da raridade, da preciosidade e do privilégio de dançar em casa”, afirma o artista.

Com carreira construída em palcos da Europa e das Américas, Pitta ficou conhecido pela potência física e pela abordagem ritualística de seus trabalhos. Em 2013, apresentou na Bahia o solo Othello, o Mouro do Mundo, último espetáculo que realizou no estado antes da estreia atual.

A parceria com Larsen e Morgan reforça a proposta híbrida da nova montagem, que reúne dança, tecnologia e artes visuais para criar uma atmosfera que o grupo descreve como “ato ritual”. No espetáculo, a cena se constrói como rito de passagem: o vermelho tinge o chão, o corpo revisita memórias e o tempo parece se dobrar diante da dança.

Impermanência convida o público a uma experiência que ultrapassa a apresentação cênica tradicional. A proposta é conduzir o espectador por uma travessia simbólica, na qual a arte se afirma como resistência, presença e reencantamento.

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