Publicado em 19/11/2025 às 13h27.

Governador cobra rigor em investigação de jovem morto em Aratu: ‘Entregar à Justiça’

Governador cita "esforço diário" da SSP contra o crime e se solidariza com família de Williams Nogueira dos Santos Silva, de 28 anos

Raquel Franco
Fotos: Raquel Franco/Bahia.ba | Reprodução/Redes sociais

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) comentou, nesta quarta-feira (19), o assassinato de Williams Nogueira dos Santos Silva, de 28 anos. Ele prestou solidariedade à família, citando a própria experiência como pai. “Reafirmo meus sentimentos aos familiares e amigos. Eu tenho filho jovem, sei a dificuldade que é para a gente poder garantir a tranquilidade, dormir sossegado, sabendo que ele vai e volta”, afirmou o governador.

O jovem, morador do Nordeste de Amaralina, foi encontrado morto na última segunda-feira (17) no bairro de Aratu, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), vítima do que as autoridades e especialistas vêm chamando de “morte por CEP”, quando o cidadão é alvo de facções apenas por residir em um bairro dominado por um grupo rival.

Segundo o governador, ele determinou à Secretaria de Segurança Pública (SSP) uma resposta rápida sobre o caso. “A determinação é que a Polícia Civil fortaleça as investigações e levante as informações para irmos nos culpados, nos promotores dessa violência, e entregarmos à Justiça”, disse Jerônimo.

Questionado se a SSP já confirma a autoria por parte de uma facção específica, Jerônimo manteve cautela. “Ele [o secretário Marcelo Werner] não tem ainda elementos concretos para poder afirmar isso. Então, é melhor a gente aguardar o que vai acontecer”, afirmou. 

Segurança na Bahia

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia é o segundo estado mais violento do país. Pressionado pelos índices de violência, o governador defendeu a atuação das forças policiais. Jerônimo citou a resposta rápida a um assalto ocorrido no bairro de Ondina no último domingo (16) e operações recentes no Recôncavo como exemplos de que a polícia não está inerte.

“Isso é diário. Da mesma forma que determinei que o secretário Marcelo Werner colocasse um esforço para isso [o caso de Williams], eu faço isso diariamente”, concluiu o governador. 

Entenda o caso

Segundo relatos de familiares, Williams não tinha envolvimento com a criminalidade. Ele havia se deslocado do Nordeste de Amaralina, área de atuação do Comando Vermelho (CV), para um terreiro de candomblé em Aratu, zona de influência do Bonde do Maluco (BDM), em Simões Filho. 

Segundo apurações preliminares e relatos de familiares, ele foi retirado à força da celebração religiosa e executado por traficantes após ter sua origem descoberta. Antes de ser morto, o jovem teria sido obrigado a fazer gestos alusivos à facção local, sendo fotografado pelos criminosos.

O caso segue sob sigilo na Polícia Civil. Fontes da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) indicam que os indícios de autoria já estão avançados e que já tem suspeitos.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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