Publicado em 20/11/2025 às 16h10.

Marta Rodrigues ressalta Consciência Negra e atuação de Jerônimo por quilombos

A edil lembrou que este ano marca o primeiro ano em que o 20 de Novembro é feriado nacional

Luana Neiva / Neison Cerqueira
Foto: Luana Neiva / bahia.ba

 

A vereadora do PT, Marta Rodrigues, ressaltou em entrevista ao bahia.ba, nesta quinta-feira (20), a importância da Marcha da Consciência Negra em Salvador, realizada pela 46ª vez no Campo Grande. A edil lembrou que este ano marca o primeiro ano em que o 20 de Novembro é feriado nacional, após sanção do presidente Lula em 2024.

“Mesmo com chuva e vento, nada impede a gente de ocupar as ruas para dialogar e reforçar a mensagem da consciência negra. Salvador é essa Roma negra, mas o nosso povo preto, homens, mulheres e crianças, enfrenta diariamente situações difíceis”, afirmou a vereadora.

Marta Rodrigues também pontuou que a marcha deste ano homenageia dois ícones, Frantz Fanon, que completaria 100 anos, e Lélia Gonzalez, que faria 90. “Trazer esses nomes é trazer memória, história e ancestralidade para nossa juventude. É dizer que nós podemos realizar e fazer diferente”, destacou.

Na ocasião, a vereadora criticou a falta de prioridade orçamentária para políticas raciais. “Se a gente quiser conhecer o racismo estrutural em Salvador, é só olhar o PPA e a Lei Orçamentária. Precisamos saber para onde vai o orçamento e se ele chega onde o povo negro está. Sem orçamento, é mais um ano passando e nada muda”, disse.

Quilombos

Marta Rodrigues ainda comentou a expectativa em torno do anúncio de novas demarcações de quilombos pelo governo federal, após articulações do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

“Jerônimo é um homem negro, indígena, que sabe de onde veio. Ele tem lutado muito, dialogando com o STF e com o presidente Lula pela demarcação dos territórios dos povos originários”, afirmou.

Ela reforçou que a Bahia lidera o número de quilombos no país, segundo o IBGE, e que muitas comunidades seguem em situação de vulnerabilidade. “As pessoas precisam ter suas terras reconhecidas para que as políticas públicas e o orçamento cheguem. Sem apoio, muita gente acaba saindo do quilombo e indo para a cidade, onde enfrenta falta de moradia e desemprego. A luta do governador é para garantir que essas famílias permaneçam em seus territórios.”

Marta concluiu dizendo que espera que o governo federal avance também no reconhecimento dos quilombos. “Assim como houve avanço para os povos originários, queremos que Lula reconheça os quilombos da Bahia e do Brasil. É uma luta de justiça e sobrevivência.”

Luana Neiva
Jornalista formada pela Estácio Bahia com experiências profissionais em redações, assessoria de imprensa e produção de rádio. Possui passagens no BNews, iBahia, Secom e Texto&Cia.

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