Publicado em 24/11/2025 às 12h01.

Em decisão unânime, STF mantém Bolsonaro preso preventivamente

Apenas Luiz Fux não votou nesta decisão, após pedir para sair da Primeira Turma do STF

Heber Araújo
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, na manhã desta segunda-feira (24), por unanimidade, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneça preso preventivamente. O político foi detido na Superintendência da Polícia Federal no sábado (22), após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, entender que havia indícios de uma possível fuga. 

A decisão da Suprema Corte foi tomada em plenário virtual. A sessão foi aberta com o voto de Moraes, que votou a favor de manter a prisão, sendo seguido pelo ministro Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. O ministro Luiz Fux, não votará nessa decisão, devido ter pedido para sair da primeira turma. 

Votos dos ministros 

Durante seu voto, Moraes afirmou que Bolsonaro já havia cometido outras violações das medidas cautelares e que, ao tentar violar a tornozeleira eletrônica, voltou a demonstrar o comportamento “doloso e conscientemente” do descumprimento das determinações do STF. O magistrado ainda apontou que o réu confessou ter mexido na tornozeleira, apresentando versões diferentes para justificar a ação. 

Já Flávio Dino mencionou a violação da tornozeleira e da convocação da vigília feita pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apontando um possível plano de fuga. O magistrado ainda apontou que aliados do ex-presidente, como Alexandre Ramagem e Carla Zambelli, conseguiram fugir do Brasil. 

“Se os propósitos fossem apenas religiosos, a análise poderia ser diversa, mas lamentavelmente a realidade tem demonstrado outra configuração, com retóricas de guerra, ódios, cenas de confrontos físicos etc”, pontuou Dino. 

Bolsonaro preso

O ex-presidente foi preso, no sábado (22), após violar a tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda. Junto a isso, o filho do ex-presidente convocou uma vigília apoiadores orarem pela saúde do pai. Os dois fatos levaram o ministro Alexandre de Moras a entender uma possível fuga do político. Ele ainda levou em consideração o fato de que a embaixada dos EUA fica a 13 km de distância do condomínio onde Bolsonaro mora.

Questionado sobre o motivo que levou a violar o equipamento de monitoramento, o político afirmou se tratar de uma “curiosidade”. Posteriormente, ele mudou a versão e, durante a audiência de custódia, alegou que teve um surto, devido a saúde mental abalada e a remédios que vem tomando.

Segundo aliados, Bolsonaro teria alegado ter ouvido vozes vindo da tornozeleira e pensou que haveria uma escuta dentro do objeto.

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