Prisão de Bolsonaro agita tabuleiro político e Alden aposta em independência do PL na Bahia
Ao bahia.ba, o deputado também defendeu que João Roma, presidente do PL na Bahia, seja vice na chapa de ACM Neto (União) em 2026

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro pode redefinir o cenário político na Bahia para 2026, ampliando tensões entre a base governista e a oposição. O episódio tende a reorganizar alianças, fortalecer discursos de perseguição e influenciar diretamente a disputa pelos governos estaduais e pela Presidência.
Uma das vozes mais atuantes do Partido Liberal (PL-BA) na Câmara Federal, o deputado e vice-líder da oposição, Capitão Alden, falou com exclusividade ao bahia.ba sobre as projeções do PL para o pleito do ano que vem.
O parlamentar criticou parte da imprensa e setores da esquerda que, segundo ele, decretaram o fim do bolsonarismo após a prisão do ex-presidente. “Mesmo diante de perseguição, censura, prisões e condenações, o bolsonarismo continua vivo, firme e com fôlego para resistir além de qualquer liderança individual”, afirmou.
Alden lembrou ainda que Bolsonaro – mesmo enfrentando a “máquina do PT e a mídia” – recebeu mais de 2 milhões de votos na Bahia em 2022.
“Os atos recentes mostram que o povo segue mobilizado de forma espontânea, sem a estrutura milionária dos partidos tradicionais. Se o bolsonarismo fosse irrelevante, não incomodaria tanto. Movimentos baseados em família, fé e liberdade não desaparecem com perseguição”, disse.
O deputado reforçou que o bolsonarismo é uma corrente “social e cultural enraizada” e destacou que Bolsonaro segue forte eleitoralmente. “Se, com censura e perseguição, ainda lotamos ruas, isso é sinal de força, não de fraqueza.”
Alden também rebateu análises que preveem isolamento do PL. “Quando falam em ‘isolamento’, eu pergunto: isolados de quem? Do PT que domina a máquina pública? Do centrão dos conchavos? Esse isolamento é credibilidade”, provocou. “Somos milhões de brasileiros, e milhares de baianos, que não aceitam ser reduzidos a anistia, armas ou antipetismo.”
O parlamentar afirmou que o PL tem um conjunto de propostas que vão além do discurso ideológico, com pautas nas áreas de:
Educação: civismo, meritocracia, ensino técnico e financeiro;
Área social: fortalecimento da família, combate às drogas e menos dependência do Estado;
Economia: menos impostos, incentivo ao agro, apoio ao empreendedor e redução do ICMS de armas e munições;
Esporte: civismo, disciplina e patriotismo.
Na Bahia, Alden defendeu que o PL tenha candidatura independente. “Muitos acreditam que os votos de Bolsonaro, na ausência de um candidato, irão automaticamente para qualquer nome”, ponderou.
Atualmente, ACM Neto (União) é apontado como principal adversário do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na disputa ao Palácio de Ondina em 2026.
Alden defendeu que João Roma, presidente estadual do PL, seja vice na chapa de Neto. “Particularmente, defendo que Roma fosse o vice. O PL tinha que estar na chapa do governo”, afirmou.
Para o deputado, quem quiser o apoio do PL terá que dialogar com as lideranças e apresentar compromissos claros. “Bolsonarismo não é herança política. Voto bolsonarista não é espólio, não é patrimônio transferível, não é moeda de troca. É fidelidade a valores, não a conveniências”, disse. “Quem acha que esses votos ‘migram sozinhos’ não entende absolutamente nada da direita.”
O vice-líder da oposição reforçou que o eleitor bolsonarista não vota apenas por antipetismo. “Esse foi o erro da esquerda, achar que o conservador só quer tirar o PT”, afirmou.
Segundo ele, a base cobra: mérito, civismo, escola sem doutrinação; fortalecimento da família; segurança pública firme; menos impostos e mais liberdade econômica; defesa do agro; e disciplina no esporte.
“O candidato vai assumir isso? Vai comprar essa briga? Vai defender armamento? Menos impostos para armas? Se não for capaz, não leva voto nenhum”, pontuou, referindo-se aos acordos políticos com a oposição ao PT.
Quanto à reeleição dos quadros do partido – estaduais, federais e Senado – Alden disse que o PL não pode repetir erros do passado se quiser protagonismo em 2026.
“Precisamos de quadros leais, preparados, comprometidos com os valores do conservadorismo e respeitados pelas lideranças que mobilizam a base. Sem isso, não adianta ter voto. Voto sem princípios vira arma na mão do sistema. O PL precisa se organizar, filtrar e escolher melhor”, finalizou.
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