Publicado em 26/11/2025 às 18h11.

Espetáculo “Ressonâncias – Revoltas Silenciosas” chega a Salvador

Obra aborda migração, trabalho doméstico e memórias de mulheres brasileiras levadas à França nos anos 2000

Edgar Luz
Foto: Divulgação

 

O espetáculo “Ressonâncias – Revoltas Silenciosas”, criação do músico, ator e diretor Yure Romão, chega a Salvador após estrear em Paris e circular por palcos do Caribe e da França. A obra parte de histórias reais de trabalhadoras domésticas brasileiras levadas à França por diplomatas nos anos 2000, construindo uma experiência sensorial e política sobre trabalho doméstico, migração e as formas silenciosas de resistência dessas mulheres.

Em Salvador, a montagem será apresentada no Cineteatro 2 de Julho, em sessão única no sábado, 29 de novembro, às 19h, dentro da programação oficial do Ano da França no Brasil 2025, iniciativa do Instituto Francês e reconhecida pela Fundação Internacional para a Memória da Escravidão (FME).

Misturando referências dos bailes caribenhos dos anos 1970 à música afro-brasileira, “Ressonâncias” articula memórias e canções em português, francês e crioulo, criando pontes afetivas entre o Brasil, o Caribe e a França. Em cena, uma contadora de histórias conduz o público por relatos e cantos que tensionam passado e presente, convidando à reflexão sobre as heranças coloniais que estruturam o cotidiano.

“Ressonâncias é uma travessia entre territórios, línguas e memórias. É uma escuta e amplificação das vozes que ecoam nos corpos e nas histórias dessas mulheres”, afirma Yure Romão, coautor e diretor.

Para a coautora e intérprete Ana Laura Nascimento, a obra desloca o olhar para as estratégias de sobrevivência e comunidade: “É celebrar as vitórias que tentam nomear como pequenas, mas que, em nós, são expansões, são monumentos”.

O espetáculo reúne textos e performances de Yure Romão, Ana Laura Nascimento, Estelle Coppolani, Talita Felício e Kayode Encarnação, com tradução realizada pelo LAPOFRAN (Laboratório de Poéticas Contemporâneas de Língua Francesa da UFRJ). A criação dialoga com o livro “Cartas a uma Negra” (1978), da escritora martinicana Françoise Ega, e nasce do encontro com mulheres brasileiras migrantes que compartilharam suas histórias como gesto de memória e reparação simbólica.

Edgar Luz
Jornalista, apaixonado por comunicação e cultura, pós-graduando em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Atualmente integra as redações do Bahia.ba e do BNews, escrevendo principalmente sobre entretenimento, mas transitando também por outras editorias. Com passagens pelos portais Salvador Entretenimento e Voz da Cidade, tem experiência em reportagem, assessoria e Social Media.

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