Publicado em 26/11/2025 às 19h54.

Cantor criado por IA lidera ranking gospel em plataforma de streaming

Artista gerado por inteligência artificial alcançou o topo da lista de álbuns cristãos

Edgar Luz
Foto: Reprodução/Redes Sociais @solomonraysoul

 

O universo gospel ganhou um novo protagonista e ele nem sequer existe fora do digital. Solomon Ray, um cantor completamente produzido por Inteligência Artificial, virou assunto nas redes ao aparecer no topo da lista dos 100 álbuns cristãos e gospel do iTunes. A conquista da última semana foi celebrada com entusiasmo por seus criadores em uma publicação no Instagram.

“Solomon Ray já não é ‘a experiência de IA’. Ele é agora a maior nova voz na música gospel — ponto final. O futuro chegou mais rápido do que alguém esperava. E o nome dele é Solomon Ray. (Tudo em menos de 21 dias)”, dizia o post.

Criado do zero por IA, Solomon tem voz, performance, estética, letras e até personalidade digital moldadas por algoritmos. Seu projeto mais recente, A Soulful Christmas, reúne faixas como “Soul to the World” e “Jingle Bell Soul”, em um repertório natalino cheio de referências à música soul.

Nos streamings, ele ainda engatinha. Com pouco mais de 480 ouvintes mensais no Spotify, o “cantor” é apresentado como um soulman nascido no Mississippi, dono de discos “quentes e analógicos” e de um estilo que mistura fé, redenção e histórias de vida. Tudo isso, claro, criado artificialmente.

 

O lançamento de Solomon acontece poucos meses após o Spotify anunciar medidas para impedir falsificação de identidade de artistas, com filtros mais rigorosos para conteúdos enganosos. Mesmo assim, ainda é possível que criadores anônimos lancem músicas com perfis totalmente gerados por IA.

O primeiro vídeo do “artista” foi publicado no Instagram em 26 de outubro de 2025. Em menos de um mês, Solomon já acumula mais de 50 mil seguidores e vídeos em que canta e interpreta músicas com naturalidade surpreendente.

As plataformas, porém, ainda caminham para acompanhar o fenômeno. Apesar de a Meta exigir rotulagem de conteúdo criado por IA desde 2024, nem todos os posts do perfil exibem o aviso.

O avanço do “cantor” também divide opiniões. Alguns seguidores alertam para o risco de o público acreditar que se trata de uma pessoa real. “Não se deixe enganar por esta música sem alma. É IA!”, comentou uma internauta. Do outro lado, há quem abrace a novidade: “Não quero saber se é IA. Eu adoro”, escreveu outra.

 

Edgar Luz
Jornalista, apaixonado por comunicação e cultura, pós-graduando em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Atualmente integra as redações do Bahia.ba e do BNews, escrevendo principalmente sobre entretenimento, mas transitando também por outras editorias. Com passagens pelos portais Salvador Entretenimento e Voz da Cidade, tem experiência em reportagem, assessoria e Social Media.

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