Publicado em 02/12/2025 às 11h21.

Número de falsas ameaças de bomba em aeroportos no Brasil crescem 68% em 2025

37 ocorrências foram registradas entre janeiro e outubro de 2025, contra 27 casos em 2024

Redação
Foto: Divulgação

 

O número de casos de falsas ameaças de bomba em aeronaves e aeroportos brasileiros cresceu 68% em menos de um ano, é o que apontam dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com 37 ocorrências registradas entre janeiro e outubro de 2025, contra 27 casos em 2024. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Em todos os episódios, as declarações se mostraram infundadas e resultaram em acionamento de forças de segurança, atrasos, prejuízos operacionais e transtornos para passageiros e companhias aéreas. Em um dos casos mais recentes, na última sexta-feira (31), o Aeroporto Internacional de Salvador chegou a ser parcialmente isolado devido a uma suspeita de bomba.

Um dia antes, o voo AD 2818, da Azul, que seguiria de Curitiba (PR) para Guarulhos (SP), foi cancelado depois que um passageiro afirmou falsamente haver um explosivo a bordo. A Polícia Federal foi acionada, a aeronave foi isolada, e os 170 passageiros desembarcaram para que todo o avião, bagagens e área de embarque passassem por varredura completa.

De acordo com o superintendente de Infraestrutura Aeroportuária da Anac, Giovano Palma, situações como essa geram impactos que vão além do transtorno imediato. “Essas falsas comunicações mobilizam Polícia Federal, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e equipes de segurança aeroportuária, e provocam atrasos em cadeia no sistema aéreo. No caso de Curitiba, por exemplo, cerca de 400 pessoas foram diretamente afetadas, incluindo quem aguardava o avião no destino. Isso mostra o tamanho do impacto de uma brincadeira que, na verdade, é crime”, afirma.

Palma reforça que o autor de uma falsa comunicação pode enfrentar consequências severas. “O passageiro pode ser preso e responder judicialmente. O artigo 261 do Código Penal prevê de 2 a 5 anos de reclusão e multa por expor a perigo a segurança de uma aeronave. E isso pode ser combinado com outros artigos, como comunicação falsa de crime e interrupção de serviço público”, explica.

O superintendente também alerta que o aumento de casos pode estar relacionado ao comportamento irresponsável de alguns internautas e influenciadores digitais. “Temos visto pessoas fazendo vídeos e desafios em redes sociais, simulando deixar mochilas suspeitas em aeroportos apenas para gerar engajamento. Isso é extremamente perigoso e inaceitável. A aviação não é palco para brincadeiras ou exposição midiática”, destaca.

“A aviação é um espaço de confiança, responsabilidade e segurança. Qualquer brincadeira que comprometa isso tem consequências graves. É fundamental que as pessoas entendam: falsa ameaça de bomba não é piada, é crime”, conclui Palma.

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