Publicado em 04/12/2025 às 13h25.

Salvador ganha murais de grafite em homenagem a Iansã e Santa Bárbara; veja

Obras fazem parte do projeto Viva Salvador: arte, fé e tradição, que prevê a criação de outros murais em celebração às festas populares da cidade

Redação
Foto: Mather Aguiar/Assessoria

 

O histórico Mercado de Santa Bárbara, na Baixa dos Sapateiros, tornou-se palco das primeiras intervenções do projeto Viva Salvador: arte, fé e tradição, que acaba de inaugurar dois murais em grafite dedicados a Santa Bárbara e Iansã, que estão sendo celebradas nesta quinta-feira (4), data em que a capital se veste de vermelho para homenageá-las.

As obras foram concluídas em dois dias e têm assinaturas de artistas reconhecidos na cena da arte urbana local. Um dos murais foi produzido em conjunto por Bigod e Prisk, integrantes do Coletivo MUSAS – Museu de Street Art de Salvador, enquanto o outro leva a assinatura do artista Tárcio V, um dos principais nomes do grafite no estado.

O projeto é idealizado pela Viva Agência de Ideias, sob direção de Paula Hazin, e marca o início de uma série de intervenções urbanas que têm como objetivo transformar muros em suportes de memória, fé e identidade, valorizando e repensando as festas populares religiosas da capital baiana.

“A ideia é homenagear a cidade com esta linguagem tão linda que é o grafite. Começamos pela festa de Santa Bárbara, que pinta nossa Salvador de vermelho. O nosso desejo é envolver arte, fé e festa, porém repensando a maneira como utilizamos os espaços públicos e, claro, trazendo beleza”, afirma a idealizadora do projeto.

O Viva Salvador aposta no grafite como instrumento de valorização do patrimônio imaterial, da cultura de matriz africana e do sentimento de pertencimento da população.

Ao todo, o projeto prevê a criação de pelo menos sete grandes murais, cada um dedicado a uma tradicional festa popular religiosa da cidade: São Lázaro; Nossa Senhora da Conceição da Praia; Bom Jesus dos Navegantes; Lavagem do Bonfim; Iemanjá e Carnaval.

Os locais vão sendo definidos em diálogo com a comunidade e órgãos públicos, priorizando áreas de grande circulação ou espaços em processo de degradação urbana.

“Dentre os principais objetivos do projeto estão valorizar o patrimônio cultural e religioso de Salvador, além de promover o grafite como ferramenta de transformação urbana, estimular o turismo cultural, fortalecer a produção artística local e criar circuitos de arte pública acessíveis à população”, ressalta Hazin.

O projeto também inclui vertente educativa e formativa. Serão realizadas oficinas gratuitas de grafite para jovens de bairros populares, incluindo aulas práticas e teóricas sobre técnicas de pintura, história da arte urbana e identidade cultural. Ao final das oficinas, os participantes integrarão a produção coletiva de novos murais na cidade.

Além disso, estão previstas mesas-redondas e seminários culturais, reunindo mestres da cultura popular, artistas, pesquisadores, líderes comunitários e representantes religiosos para discutir as tradições e símbolos das festas populares soteropolitanas. Um mini documentário sobre o processo criativo do projeto também será lançado.

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