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Publicado em 09/12/2025 às 09h09.

Governo Trump já avalia cenários do ‘dia depois’ da deposição de Maduro, diz jornal

Documentos obtidos pelo Washington Post indicam planos da oposição para um governo de transição e avaliações sobre o grau de lealdade de militares

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O governo do presidente Donald Trump já avalia possíveis cenários para o “dia depois” de uma possível deposição de Nicolás Maduro do posto de presidente da Venezuela, é o que afirma o jornal americano Washington Post, que relata que documentos internos da administração Trump indicam preocupação sobre a reação das Forças Armadas da Venezuela em um eventual colapso do regime. As informações são do portal InfoMoney.

De acordo com o jornal, esses papéis incluem planos da oposição para um governo de transição e avaliações sobre o grau de lealdade de oficiais militares.

As tensões entre Washington e Caracas tem crescido desde que Trump reforçou a presença das forças armadas americanas no Mar do Caribe em uma iniciativa contra o tráfico de drogas na região. Desde então, o presidente venezuelano tem reforçado sua segurança, limitado deslocamentos e cancelado compromissos, de acordo com pessoas próximas ao governo citadas pelo Post.

Elas afirmam que Maduro teme um ataque dos EUA a instalações estratégicas ou contra sua própria integridade, mas acredita que seu círculo interno permanece coeso.

A oposição ao governo de Maduro na Venezuela, por sua vez, já discute planos para as primeiras horas, e até mesmo os primeiros 100 dias, após uma eventual saída de Maduro do poder, com eleições previstas no prazo de um ano. Esses documentos, segundo o jornal, incluem uma análise do corpo militar que classifica como “irrecuperáveis” apenas 20% dos oficiais.

Apesar das movimentações, os interlocutores ouvidos pelo Post pontuam que ainda não está claro qual tipo de acordo convenceria Maduro a deixar o poder, e se este sequer existe. O presidente e seus aliados avaliam que permanecer na Venezuela é menos arriscado do que buscar exílio. O jornal lembra que a trajetória de líderes latino-americanos que deixaram seus países sob pressão costuma envolver riscos de segurança.

A reportagem aponta também que Cuba e Rússia ampliaram seu apoio a Maduro. Analistas ouvidos pelo Post avaliam que esses aliados podem dificultar qualquer negociação, já que Havana depende do petróleo venezuelano e teria muito a perder com uma eventual mudança de governo.

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