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Publicado em 19/12/2025 às 08h44.

‘Veio tardia, porém indispensável’, diz Lídice sobre cassação de Eduardo e Ramagem

Para a deputada federal Lídice da Mata (PSB), ‘finalmente foi feito justiça’

Raquel Franco / Heber Araújo
Foto: Luana Neiva / bahia.ba

 

“Finalmente foi feito justiça”, disse a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) ao comentar sobre a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de cassar os mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). “A cassação veio tardia, porém indispensável, necessária”, afirmou nesta sexta-feira (19).

Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão por participação na trama golpista em 2022 e está foragido nos Estados Unidos. Lídice acredita que o real motivo da cassação de Eduardo seria a tentativa de influenciar o governo dos EUA a intervir na justiça brasileira. 

“Não pode um deputado fugir do país, não comunicar a Câmara, passar esse período todo tramando contra a nação. Se ele estivesse lá denunciando que o governo é ruim, porque ele acha isso, é liberdade de expressão. Mas ele não fez isso. Ele tramou contra outra nação, organizou uma ação de prejuízo para a economia brasileira e além disso tentou a intervenção de um outro país no Supremo Tribunal Federal, portanto na vida institucional do país”, disse Lídice.

Em julho deste ano, o governo do presidente Donald Trump determinou sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alegando que ele estaria promovendo uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso que julga a tentativa de golpe de Estado. Na última sexta-feira (12) ele suspendeu a aplicação da Lei Magnitsky e outras sanções ao ministro e sua esposa.

Eduardo também teria influenciado na decisão de Trump de aplicar o tarifaço para alguns produtos brasileiros. Os Estados Unidos também decidiram recuar na aplicação de taxas e reduziram a lista de produtos tarifados. 

Para Lídice, as ações de Eduardo no exterior contra o Brasil seriam o real motivo da sua cassação, e não por falta às sessões, como justificado na decisão da Mesa Diretora da Câmara. “É impossível exercer um mandato fora do país. Se fosse assim, não precisava mais da Câmara. Cada um ia passar férias em um outro país e ficava de lá votando. Isso é escandaloso. A gente não pode banalizar, normalizar uma coisa dessa”, concluiu Lídice.

As declarações da deputada foram feitas durante agenda na manhã desta sexta-feira (19) para a primeira viagem teste do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no Largo da Calçada, em Salvador. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, estavam presentes no evento.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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