Peru, chester ou tender? Entenda as diferenças entre as carnes de Natal e escolha a ideal para a sua ceia
Escolha da carne principal costuma gerar dúvidas e o bahia.ba te ajuda nesta missão de final de ano

A ceia de Natal é um dos momentos mais aguardados das festas de fim de ano e reúne tradição, simbolismo e, claro, muita comida. Entre pratos clássicos como rabanada, arroz com passas e salpicão, a escolha da carne principal costuma gerar dúvidas. Peru, chester e tender disputam espaço no centro da mesa e, apesar de todos serem associados ao Natal, apresentam diferenças importantes em origem, sabor, preparo e preço.
Para ajudar quem ainda não decidiu o que servir, especialistas explicam as características de cada opção e indicam qual delas pode combinar melhor com o perfil da família e com o restante do cardápio.
Por que o peru virou símbolo do Natal

Quando se fala em Natal, a imagem do peru assado inteiro, dourado e decorado, é quase automática. A tradição foi incorporada ao Brasil no início do século XX, inspirada no Dia de Ação de Graças, celebrado nos Estados Unidos sempre com a ave como prato principal.
A chef de cozinha Ana Santana explica que o peru ganhou esse protagonismo por ser uma ave grande, capaz de alimentar muitas pessoas, além de simbolizar fartura e abundância na ceia natalina. “É uma carne branca, magra e com sabor mais marcante, porém naturalmente mais seca. Por isso, precisa ser bem marinada para ficar suculenta”, orienta.
Segundo a chef, o preparo tradicional envolve uma marinada com cebola, alho, pimenta, ervas, vinho e caldo, além do uso de sacos próprios para forno, que ajudam a manter a umidade. O peru recheado, com farofa ou legumes, também é bastante comum e ajuda a deixar a carne mais saborosa.
O que é o chester e por que ele se popularizou

Apesar de muitas vezes ser tratado como sinônimo de peru, o chester tem origem e características próprias. Criado nos Estados Unidos, nos anos 1970, ele surgiu como uma alternativa mais barata ao peru. Trata-se de uma ave desenvolvida a partir do frango, com maior concentração de carne no peito e nas coxas, cerca de 70% do total, o que explica o nome, derivado de “chest”, que significa peito em inglês.
“O chester tem sabor mais suave e textura mais próxima do frango que estamos acostumados. A carne é clara, macia e menos intensa que a do peru”, explica Ana Santana. O preparo é semelhante ao do peru, com marinada e assamento lento, mas geralmente exige menos temperos, já que muitas versões vêm pré-temperadas de fábrica.
No Brasil, Chester é um nome registrado de uma única marca, o que levou outras empresas a lançarem produtos similares com nomes como Fiesta, Supreme ou Blesser, vendidos como aves especiais para ceia.
Tender: tradição antiga e preparo mais prático

Diferente das aves, o tender é um corte suíno: um pernil de porco defumado, desossado e pré-cozido. Curiosamente, sua relação com o Natal é ainda mais antiga. No norte da Europa, festivais de inverno conhecidos como Yule, celebrados há mais de mil anos, tinham como prato principal o presunto, chamado de Yule ham.
Com o tempo, esse presunto passou a integrar a ceia natalina moderna. O nome “tender”, porém, é exclusivo do Brasil e surgiu a partir de um slogan em inglês — “tender made ham” — usado nas primeiras embalagens importadas, que acabou sendo interpretado como o nome do produto.
“O tender tem sabor mais acentuado, lembra bastante o presunto do dia a dia e combina muito bem com entradas e acompanhamentos frios. É uma carne firme, com pouca gordura, extremamente versátil”, afirma Ana. Entre os preparos mais comuns estão o tender com mel e mostarda, ao molho de laranja, agridoce ou caramelizado com frutas como figo e cereja.
Diferenças no preparo, preço e harmonização da ceia
Na prática, a principal diferença entre peru, chester e tender aparece no preparo. O peru é o mais trabalhoso: precisa descongelar por até 48 horas, marinar por várias horas e assar por pelo menos três horas. O chester segue um processo semelhante, também exigindo tempo e planejamento.
Já o tender é a opção mais prática. Ele já vem pronto para consumo e pode ser servido frio ou apenas aquecido rapidamente com um molho, ideal para quem quer menos tempo na cozinha.
No preço, peru e chester costumam ser mais acessíveis, variando entre R$ 18 e R$ 25 o quilo, enquanto o tender é mais caro, com média de R$ 50 o quilo.
A escolha também influencia nos acompanhamentos. “O peru tem sabor forte e combina com pratos mais neutros, como batata assada e arroz com lentilha. O chester aceita acompanhamentos mais elaborados, como farofa completa e salpicão. O tender fica ótimo com saladas, frutas, geleias e arroz com nozes”, orienta a chef.
Qual é a melhor escolha para a ceia de Natal?
Não existe uma resposta única. O chester costuma ser a opção mais democrática, agradando a maioria dos paladares. O peru, apesar de clássico, pode não agradar quem prefere sabores mais suaves. Já o tender é ideal para quem busca praticidade e versatilidade, embora pese mais no orçamento.
Independentemente da escolha, o mais importante é adaptar a ceia ao perfil da família e aproveitar o momento de confraternização. Afinal, o espírito do Natal vai muito além do prato principal, está no encontro, na partilha e na celebração.
Mais notícias
-
Especial06h00 de 21/12/2025
Noite feliz: conheça 5 sobremesas mais light e saudáveis para as festas de fim de ano
O bahia.ba separou uma lista especial para você não precisar se privar e saborear opções deliciosas ao lado de amigos e familiares; confira!
-
Especial06h00 de 20/12/2025
Delícias de Natal: confira 5 receitas de sobremesas fáceis para uma ceia saborosa
Lista reúne clássicos consagrados e releituras que ajudam a evitar desperdícios; confira!
-
Especial14h00 de 09/12/2025
Do acústico ao show beneficente: relembre potência do violão de Gilberto Gil
Revisite a história do clássico Unplugged (Ao Vivo) de 1994 após anúncio de apresentação intimista em Salvador
-
Especial23h54 de 01/12/2025
Crise da aids em Salvador tem ‘face majoritariamente negra’, denunciam ativistas
83% das mortes por aids no país são de pessoas negras; taxa de detecção do vírus em gestantes dobrou na capital baiana em 10 anos
-
Especial15h45 de 17/11/2025
Há 40 anos, Cazuza lançava ‘Exagerado’ e mudava rumo do rock brasileiro
O disco revelou a nova fase artística do cantor após deixar o Barão Vermelho e se tornou um marco cultural
-
Especial12h00 de 08/11/2025
Ana Sales: A força ancestral que tempera a história do acarajé na Barra
O tabuleiro do Acarajé da Tânia, no Farol da Barra, é comandado pela força da mulher afro-baiana
-
Especial06h00 de 05/11/2025
‘De Volta para o Futuro’ completa 40 anos em uma jornada que desafia o tempo
Conheça curiosidades, bastidores e o legado de um clássico atemporal, sendo relançado nos cinemas nesta quarta-feira (5)
-
Especial15h25 de 31/10/2025
‘Dia do Saci’ e o folclore brasileiro resistem à invasão do Halloween
Enquanto o Halloween ganha força nas ruas e nas redes, especialistas defendem o resgate de símbolos nacionais como forma de preservar a identidade cultural
-
Especial15h15 de 30/10/2025
Tubarão completa 50 anos: relembre como clássico do terror revolucionou o cinema
O filme de Steven Spielberg, sendo relançado nos cinemas a partir desta quinta-feira (30), criou a era de blockbusters em 1975










