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Publicado em 21/12/2025 às 12h33.

Verão começa com temperaturas acima da média e menos chuvas

Estação terá influência da alta pressão do Atlântico Sul

João Lucas Dantas
Foto: Peixe Leão/ Inema

 

A estação mais quente do ano tem início neste domingo (21) e deve ser marcada por temperaturas acima da média e volumes de chuva ligeiramente inferiores ao normal em grande parte do Brasil, de acordo com a Climatempo.

O verão começa oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo e segue até as 11h45 do dia 21 de março de 2026. A data também marca o solstício de verão, fenômeno que corresponde ao dia mais longo do ano, quando a duração do dia supera a da noite. No inverno, ocorre o solstício de inverno, caracterizado pela noite mais longa do ano.

Caracterizado pela elevação das temperaturas em todo o território nacional, o verão apresenta dias mais longos, noites mais curtas e rápidas mudanças nas condições do tempo, com ocorrência frequente de pancadas de chuva e temporais isolados.

Segundo os meteorologistas, o verão 2025/2026 não deverá ser influenciado por fenômenos climáticos como El Niño ou La Niña. “O episódio de La Niña que predominou na primavera deve se encerrar até o fim de janeiro de 2026. Com isso, a maior parte do verão ocorrerá sob neutralidade no oceano Pacífico Equatorial”, explica a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim.

Apesar da neutralidade no Pacífico, outro sistema atmosférico deve exercer forte influência sobre o clima brasileiro durante a estação: a Alta Pressão Subtropical do Atlântico Sul (ASAS).

A ASAS é um grande anticiclone — uma área de alta pressão atmosférica — localizada permanentemente entre o Brasil e a África. Esse sistema faz parte da circulação atmosférica global e influencia o clima no país ao longo de todo o ano. Quando se posiciona mais próxima do território brasileiro, provoca redução das chuvas nas regiões Sudeste, em parte do Nordeste e do Centro-Oeste.

Durante o verão, a atuação mais intensa da ASAS pode resultar em temperaturas acima do normal, maior ocorrência de veranicos e até ondas de calor, além de deficiência de chuvas em diversas áreas do país. “Como todo sistema de alta pressão, a ASAS deixa o ar mais seco, reduz a nebulosidade e dificulta a formação de chuva”, detalha Josélia Pegorim.

O sistema também prejudica a formação de grandes áreas de instabilidade, responsáveis por episódios de chuva persistente por vários dias, além de provocar irregularidade nas tradicionais pancadas típicas da estação.

Chuvas Abaixo Da Média

Em função dessa influência, o verão deve apresentar volumes de chuva abaixo da média em grande parte do Brasil. Segundo a Climatempo, os meses de janeiro e fevereiro ainda devem registrar temporais em todas as regiões do país, porém de forma irregular. Em março, a tendência é de maior regularidade nas precipitações.

Mesmo assim, a expectativa é de acumulados ligeiramente inferiores à média histórica em quase todo o território nacional. As áreas mais afetadas devem ser a costa norte do país, entre os litorais do Pará e do Ceará, além de regiões do interior do Maranhão e do Piauí.

Por outro lado, algumas localidades devem registrar chuvas acima da média, como o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul e leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e Zona da Mata Mineira, sul do Rio de Janeiro, além de áreas da Região Norte, incluindo Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e o norte do Amapá.

Temperaturas Mais Elevadas

Além da previsão de menor volume de chuvas, a expectativa é de temperaturas acima da média em grande parte do país. A atuação da ASAS favorece a ocorrência de veranicos, caracterizados por uma sequência de dias com calor intenso e pouca chuva.

Regiões do Sul e áreas próximas à fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai devem enfrentar períodos especialmente quentes, com possibilidade de registro de ondas de calor.

Apenas algumas áreas devem apresentar temperaturas dentro da normalidade para a estação, como o leste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o sul de São Paulo, além de partes do Nordeste, incluindo Aracaju, Alagoas, o leste de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Também estão nessa condição regiões do noroeste do Mato Grosso, norte de Rondônia, oeste do Acre e do Pará, além de áreas do Amazonas, Roraima e parte do Amapá.

João Lucas Dantas
Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba. DRT: 7543/BA

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