.
Publicado em 27/12/2025 às 23h01.

Prefeito diz que pode apoiar shows internacionais com incentivos, mas sem bancar cachês altos

Segundo Bruno Reis, , um investimento desse porte com recursos públicos “não pegaria bem” na realidade soteropolitana

André Souza / Carolina Papa
Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS

 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afirmou neste sábado (27) que a prefeitura não pretende bancar cachês milionários para atrair grandes atrações internacionais à capital baiana, citando como exemplo o show de Madonna no Rio de Janeiro, cujo custo chegou a dezenas de milhões de reais. Segundo ele, um investimento desse porte com recursos públicos “não pegaria bem” na realidade soteropolitana.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva na primeira noite do Festival Virada Salvador, na Arena O Canto da Cidade, na Boca do Rio. Para Bruno, embora shows internacionais tenham impacto positivo na economia local, o modelo de financiamento precisa ser diferente do adotado em outras capitais.

“Se eu pagasse aqui um cachê de R$ 40 milhões, isso não seria bem recebido. As pessoas não entendem com facilidade você pagar um cachê desse valor, mesmo explicando o retorno que isso dá para a cidade”, disse o prefeito, ao comparar Salvador com o Rio de Janeiro, que recebeu recentemente uma apresentação de Madonna com forte participação do poder público.

Impulsionar a economia 

Bruno Reis ressaltou que eventos internacionais movimentam a economia ao atrair turistas, lotar hotéis e impulsionar bares, restaurantes e serviços de transporte. Ele citou como exemplo o show do Guns N’ Roses, marcado para a capital baiana, cuja organização, segundo o prefeito, já havia vendido cerca de 70% dos ingressos com antecedência, sendo aproximadamente 20% para pessoas de fora da cidade.

O prefeito afirmou que a estratégia da gestão municipal é apoiar esse tipo de evento sem contratação direta de cachês com dinheiro público. A prefeitura, segundo ele, deve atuar por meio de incentivos indiretos, como a isenção de taxas.

“Nós vamos iniciar isentando algumas taxas, como forma de estimular esses eventos internacionais que geram receita para a cidade”, afirmou. Bruno anunciou ainda que a prefeitura tem um decreto que regulamenta eventos de grande porte e prevê esse tipo de incentivo.

Atrações internacionais em 2026?

O prefeito destacou que a entrega da nova arena multiuso de Salvador, prevista para outubro do próximo ano, deve facilitar a atração de grandes shows internacionais, ao oferecer infraestrutura adequada, capacidade de público e tratamento acústico. “Com a arena pronta, vai ficar mais fácil estimular esses eventos em parceria com a iniciativa privada”, disse.

Segundo Bruno Reis, já há empresários articulando novas atrações internacionais para 2026, impulsionados pelo desempenho comercial recente da cidade. Ele ponderou, no entanto, que cada capital tem sua própria realidade fiscal e prioridades. “Cada cidade tem sua arrecadação, sua cultura e suas necessidades. Em Salvador, as atrações internacionais, por enquanto, serão viabilizadas por meio de parcerias”, concluiu.

André Souza
Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Settings ou consulte nossa política.