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Publicado em 31/12/2025 às 09h15.

Revista britânica diz que Lula não deveria concorrer à reeleição em 2026 devido a idade

The Economist comparou o presidente brasileiro com Joe Biden, ex-presidente dos EUA e defendeu renovação política no Brasil

Redação
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

A revista britânica The Economist publicou na terça-feira (30) um editorial onde defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria concorrer a reeleição no pleito de 2026 devido a sua idade avançada. Segundo a publicação, candidatos com mais de 80 anos representam “riscos elevados” para a estabilidade política e institucional, mesmo quando são experientes e populares. As informações são do jornal Estadão.

O artigo compara o presidente brasileiro a Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos que desistiu de concorrer à reeleição devido a limitações impostas pela idade. Sua relutância em recuar da disputa antecipadamente, junto a outros fatores, foram considerados como responsáveis por prejudicar o desempenho dos democratas no pleito americano e de sua vice Kamala Harris, que assumiu a disputa após sua desistência.

De acordo com a publicação, o presidente brasileiro tem 80 anos e, caso seja reeleito, concluiria um eventual quarto mandato aos 85. “Lula é apenas um ano mais novo do que Joe Biden era no mesmo período do ciclo eleitoral de 2024 nos Estados Unidos, e isso terminou de forma desastrosa”, lembra o texto, que também afirma que o carisma do brasileiro “não é escudo contra o declínio cognitivo”.

O texto ainda avalia que o petista teve um ano marcado por “tensões institucionais” e “disputas internacionais”, mas que sobreviveu, inclusive, à disputa comercial com os Estados Unidos. O artigo pontua, no entanto, que a centralidade de Lula limita a renovação política no País.

Além da idade, a publicação critica as políticas econômicas do governo do petista, definidas como “medíocres” e projeta que uma nova campanha eleitoral de Lula seria marcada pelos escândalos de corrupção que se desenrolaram durante seus dois primeiros mandatos, pelos quais “muitos brasileiros não conseguem perdoá-lo”.

A publicação foi acompanhada de uma ilustração mostrando Lula grisalho, com uma bandeira do Brasil e uma cabine de votação ao fundo. O texto ainda relembra a condenação e prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento na trama golpista, a tentativa do presidente Donald Trump de intervir no julgamento e o ‘tarifaço’ imposto pelo americano.

O periódico também defende que o Brasil deveria passar por um processo de renovação política e relembra que o petista havia prometido, durante sua campanha em 2022, que não disputaria um quarto mandato.

A publicação cita uma disputa intensa no campo da direita para ocupar o espaço deixado com a prisão de Bolsonaro que, mesmo após ser condenado, ainda mantém “um número surpreendente” de apoiadores, especialmente entre os evangélicos. O texto lembra que Bolsonaro indicou seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), como possível candidato presidencial, mas o classifica como “impopular” e “ineficaz”.

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