Governo não explica cessão de PMs à Skol e chama prefeitura de amadora
O bahia.ba apurou que, conforme a Lei Orgânica da PM, empresa só pode fazer repasse de recursos à corporação sob duas hipóteses: ou convênio ou depósito no Feaspol

Nem o governador Rui Costa nem o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Barbosa, souberam explicar como se dará a cessão de policiais militares para a festa bancada pela Skol, programada para esta terça-feira (21), na Barra. Apesar de imbróglio entre Estado e Município, foi combinada a atuação da Polícia Militar no evento, mediante pagamento das despesas do efetivo via “patrocínio” da cervejaria, conforme “anúncio” do prefeito de Salvador, ACM Neto, considerado autor do problema.
Em entrevista coletiva no Fiesta Hotel Bahia, durante a apresentação do esquema de segurança para a folia oficial, o chefe do Executivo baiano afirmou que o titular da SSP saberia como seria o procedimento – “O secretário pode dar detalhes” – mas não foi o que ocorreu. “A estrutura foi combinada com a prefeitura na última semana, juntamente com o patrocinador privado, que vai bancar esses custos da segurança. Eles assumiram esse compromisso público e vamos torcer para que tudo saia conforme a gente planejou na última semana”, declarou Barbosa, ao ser questionado pelo bahia.ba. “Eles vão pagar a taxa, né?”, respondeu, depois da insistência sobre como seria realizado o pagamento dos profissionais.
A reportagem apurou que, conforme a Lei Orgânica da PM, uma empresa particular só poderia fazer o repasse de recursos à corporação sob duas hipóteses. Ou por meio de convênio com o Estado, publicado em Diário Oficial – o que ainda não aconteceu – com o depósito destinado à fonte 00 do Tesouro. A outra forma seria por meio de depósito direto no Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais (Feaspol), cuja definição regimental é receber verbas para “compensação dos encargos adicionais de pessoal, decorrentes do exercício do poder de polícia (TPP – Segurança Pública), de prestação de serviços específicos e/ou diferenciados (TPS – Segurança Pública) na área de segurança pública e fiscalização do cumprimento da legislação administrativa policial”. Qualquer outra situação seria equivalente a promoção de milícia, em que um agente recebe dinheiro individualmente para garantir a proteção de um ente particular, o que é expressamente vedado pela Constituição.
Apesar de concordar com o patrocínio da Skol à PM, em sua fala, Rui titubeou para esclarecer o caso específico, no entanto voltou a atacar a prefeitura, a qual chamou de amadora, por ter comunicado o chamado “Pipoco” em cima da hora.
“Hoje é um caso específico. O secretário pode dar detalhes, é… é… toda vez gera essa polêmica de dias extras, gente. O que eu… O que eu entendo é que uma grande festa… Imagine uma Olimpíada, uma Copa do Mundo, grandes eventos no mundo inteiro são planejados com muita antecedência. Essa é a minha insistência. Não tem nenhum cunho aí de polêmica entre dois entes federados. Apenas grandes eventos em qualquer lugar do mundo… Nós tivemos aqui a Olimpíada, tivemos aqui a Copa do Mundo. Então, roteiro por onde o ônibus vai passar é definido seis meses antes, quatro meses antes. Imagine uma programação a dez dias do carnaval. Você está alterando uma programação. Isso não é bom para o planejamento do carnaval. Não é bom para os custos do carnaval. Eu acho que a nossa festa tem que ser cada vez mais profissional. O folião na rua, esse vai curtir à vontade, mas quem tem a função de organizar a festa, tem que ter uma concepção profissional e o profissionalismo requer planejamento e antecedência desse planejamento e não improvisação. Isso não é bom para o carnaval. Isso não é bom para a segurança pública”, considerou.
Fora o acordo não explicado com a cervejaria, o governo vai investir R$ 43 milhões na segurança pública no carnaval, entre remuneração dos profissionais, horas extras, logística, alimentação, hospedagem (para os que vão viajar) e transporte.
Mais notícias
-
Política
18h30 de 14/09/2025
Prefeito confirma show de Leonardo após MP pedir suspensão
Cachê do artista foi de R$ 800 mil
-
Política
17h30 de 14/09/2025
Bolsonaro retorna à prisão domiciliar após procedimento em hospital
Ex-presidete foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a realizar a intervenção
-
Política
15h30 de 14/09/2025
Janja revela desejo de ‘voltar para casa’ após ataques virtuais
“Teve um momento em que eu quis pegar a minha bolsa e as minhas cachorras e sair, voltar para a minha casa"
-
Política
12h30 de 14/09/2025
Liberado por Moraes, Bolsonaro vai a hospital para remover lesões na pele
Esta é a primeira vez que o ex-presidente deixa a prisão domiciliar desde sua condenação no STF
-
Política
10h00 de 14/09/2025
Datafolha: 54% dos brasileiros são contra anistiar Bolsonaro
Maioria da população também rejeita a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023
-
Política
07h30 de 14/09/2025
Gleisi Hoffmann volta a indicar possibilidade de redução de penas para envolvidos no 8/1
Em outra ocasião, a ministra já havia defendido a validade da discussão da pauta, mas havia voltado atrás na declaração
-
Política
21h59 de 13/09/2025
Oposição pressiona por anistia que pode incluir Bolsonaro
No entanto, há forte resistência política
-
Política
20h29 de 13/09/2025
Kleber Rosa reforça e apoia luta da minoria, em Salvador
O objetivo, é ampliar as pautas de esquerda
-
Política
19h34 de 13/09/2025
Cajado sobe em palco no interior e reforça apoio à Jerônimo
Ao lado do governador, Cajado participou da entrega de uma escola de tempo integral, da nova delegacia e pelotão da PM
-
Política
17h00 de 13/09/2025
Prisão de Bolsonaro é aprovada por 50% do eleitorado
Foram ouvidos 2005 eleitores