Publicado em 11/05/2017 às 12h10.

‘Não há saída a curto prazo para a Previdência’, diz governador da PB

Ricardo Coutinho criticou a lentidão do governo federal em atender às reivindicações dos estados para a renegociação de dívidas e liberação de financiamentos

Evilasio Junior
Foto: Carol Garcia/ GOVBA
Foto: Carol Garcia/ GOVBA

 

Governador de um Estado detentor de um déficit previdenciário de R$ 95 milhões por mês, o chefe do Executivo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), afirmou que a proposta de criação da Previdência Complementar do Nordeste é um alento, mas não uma solução.

“É uma saída a longo prazo. Não há saída a curto prazo para a questão previdenciária, porque ela foi construída ao longo de décadas, mas não vai resolver de imediato os desequilíbrios que existem no Brasil. Algumas medidas são necessárias, mas sempre protegendo a ideia de que a aposentadoria é um direito das pessoas que você não pode negar”, afirmou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (11), durante o “Encontro dos Governadores do Nordeste”, no Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública, no CAB, em Salvador.

O socialista criticou ainda a lentidão do governo em atender às reivindicações das unidades da Federação para a renegociação de dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para liberação de novos financiamentos. “O sentimento que eu tenho é que o Brasil parou há dois anos e nada, absolutamente nada, consegue andar. Você aprova uma lei de renegociação de dívidas e essa lei não consegue entrar em vigor um ano depois. Você tem discussões com a Presidência da República sobre liberação de créditos, que os estados têm direito a isso, eu estou falando de estados equilibrados, no que se refere a situações fiscais e, simplesmente, depois de você ter acordado, acertado, absolutamente nada acontece. Ou seja, o nosso tempo não é depois de amanhã, não. O nosso tempo é agora. Não é possível que se trate as relações federativas dessa forma como, infelizmente, o Brasil está tratando”, disse.

Segundo Coutinho, o recado não foi dirigido ao presidente Michel Temer (PMDB) ou a nenhum ministro especificamente. “Isso não é uma crítica pessoal a quem quer que seja, mas um direito que nós, governadores, temos. Não existe, na história da humanidade, nenhuma saída de recessão que não passe por investimentos públicos. Isso só é possível com o aval da União. Nós não queremos um centavo do governo federal, nós só queremos o aval para os estados contraírem financiamentos e, a partir disso, promover os investimentos para o desenvolvimento necessário”, declarou.

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