Publicado em 02/01/2017 às 20h29.

Ano novo, horizontes e ensinamentos

Corremos o risco de sermos mais felizes ou mais infelizes do que fomos em 2016, pois, com certeza, muitas coisas boas e ruins acontecerão, mas de todas tiraremos experiências

Jorge Melo
ano novo
Imagem ilustrativa

 

Enfim, o ano novo chegou e, com certeza, não foi porque o último dia do ano caiu em um sábado que podemos parafrasear Vinícius de Moraes dizendo que as ruas, as praias, os lares e os bares estavam cheios de homens vazios.

Contrariando todos os prognósticos daqueles que dizem que 2016, pelas mazelas que ele nos trouxe, não terminará nunca, nos enchemos de esperança e, com o otimismo próprio da nossa incorrigível condição de fabricantes de ilusões, mais uma vez, vivenciamos os últimos segundos do ano que findou, na expectativa de que os sons das doze badaladas tivessem o poder de nos transportar a um novo tempo.

Sinceramente, eu gostaria de poder acreditar que 2017 será melhor do que 2016 e que não teremos motivos para sentirmos saudades do ano politicamente mais conturbado da recente história do Brasil, mas fazer qualquer previsão, diante da dura realidade recessiva e da falta de credibilidade moral dos nossos representantes políticos, agora que o otimismo gerado com a troca do comando do país acabou, é um risco muito grande.

Nesse sentido, fica no ar o questionamento do que podemos esperar do novo ano se o destino do nosso país continuará entregue à mesma classe política que, independentemente de ideologias ou partidos, virou as costas para a sociedade brasileira e não soube ou não quis evitar a má gestão e os desmandos que colocaram em risco os rumos de uma nação por causa de uma eleição e pela busca do poder pelo poder.

 

Podemos perder muitas coisas,

menos a coragem e a esperança

 

É, 2017 começou e já estamos então correndo um sério risco de sermos mais felizes ou mais infelizes do que fomos em 2016, pois, com certeza, muitas coisas boas e ruins acontecerão, mas de todas elas tiraremos as experiências que marcarão nossas vidas para sempre. Assim, o importante é ter em mente que nada nos acontece por acaso.

Não existe castigo e nem recompensa, o que existe é consequência. Nessa lógica, no decorrer do ano que se inicia, em meio às crises políticas, econômicas e institucionais que o nosso país atravessa, poderemos perder muitas coisas, mas jamais podemos perder a coragem e a esperança, pois com elas é sempre possível lutar.

Sim, há fatores que não estão em nossas mãos, mas não podemos deixar de tentar assumir o protagonismo de nossas vidas, aproveitando as oportunidades que ela nos apresenta, criando as que desejamos e aceitando o que ainda não nos é permitido, não importando se estamos em primeiro de janeiro ou em primeiro de abril.

É sempre bom dizer “adeus ano velho” e dar as boas-vindas ao novo ano, com a sensação de que o viver um novo tempo depende única e exclusivamente do relógio e não de nós. Triste engano!

Nossa história é escrita por nós no dia a dia. Por isso, o melhor lugar do mundo é aqui e agora, mesmo sabendo que muita coisa irá mudar e, não raro, para melhor. Nesta lógica, para vivermos o ano novo, o essencial é estarmos prontos para seguirmos adiante, pois, no mínimo, 2016 nos preparou para viver 2017. Afinal, se, como nos ensina Capistrano de Abreu, “para trás não existem horizontes”, com certeza, existem muitos ensinamentos.

 

Jorge Melo

Antonio Jorge Ferreira Melo é coronel da reserva da PMBA, professor e coordenador do Curso de Direito do Centro Universitário Estácio da Bahia e docente da Academia de Polícia Militar.

Temas: ano novo , planos , projetos , 2016 , 2017

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