Adriana Prado tem 25 anos de experiência em Recursos Humanos. Atualmente mora em São Paulo, é mestranda em Liderança Positiva e consultora da “The Edge Group”, empresa equatoriana pioneira em programas de crescimento pessoal e organizacional na América Latina, através da aplicação das descobertas da Psicologia Positiva, a Ciência da Felicidade.
Gestão baseada no bem-estar transforma resultados das empresas
Pesquisas científicas já comprovaram que a felicidade no trabalho está diretamente relacionada com a rentabilidade dos negócios


As coisas mudam. E mudam cada vez mais rápido.
O mundo mudou tanto nos últimos anos e as empresas continuam aplicando “pesquisas de clima”. As pessoas estão clamando por outra lógica no ambiente de trabalho. E as empresas que quiserem permanecer e prosperar necessitam urgentemente adotar outras práticas.
Com tudo isso, não estou afirmando que a pesquisa de clima não foi uma ferramenta importante na gestão de recursos humanos. Ela teve, sim, o seu papel na história do RH.
Foi a partir da Segunda Guerra Mundial, que os psicólogos sociais se interessaram em estudar o comportamento humano. Os estudos dessa época já concluíam que o principal foco dos líderes deveria ser: promover um sistema de comunicação eficiente e assegurar os esforços necessários para melhorar o comportamento e a satisfação do trabalhador, visando ao aumento da produtividade das empresas.
No final da década de 1960, houve a incorporação dos conceitos sistêmicos de organização aberta e o fator humano passou a ser considerado nos resultados de produção das empresas. Foi nesta visão sistêmica de conjunto global que nasceu o conceito de “clima organizacional”, dando inicio a uma nova perspectiva da administração, ao buscar explicações para o desempenho do trabalho humano, por meio de relações entre o clima organizacional e outros aspectos relevantes como: liderança, ética, motivação, rotatividade, inovação, produtividade e lucro.
A pesquisa de clima passou a ser considerada como um instrumento fundamental para a área de Recursos Humanos, pois permitia uma visão geral de como estava o ambiente organizacional. Por meio da percepção dos empregados, era possível identificar os pontos positivos e os negativos, e com isso buscar o aperfeiçoamento, visando manter um bom nível de produtividade.
Foi a partir desses estudos que deixamos para trás a era em que os ativos tangíveis, como máquinas e estoques, eram os únicos que movimentavam a economia e passamos a considerar as pessoas – suas crenças, valores, comportamentos e relacionamentos – como determinantes para o sucesso ou o fracasso dos negócios.
Empregados engajados transbordam entusiasmo
Até os dias de hoje, a maioria dos negócios esteve focada em medir o clima organizacional, ou seja, aquele conjunto extenso de condições, atitudes e valores que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com a própria organização. As pesquisas, em geral, estão desenhadas para medir o nível de satisfação dos empregados com os seus chefes, com a comida do refeitório, com o transporte e com as instalações. As empresas acreditam que, se os empregados estiverem satisfeitos com seus ambientes de trabalho, vão permanecer e performar bem.
A verdade é que esse tipo de pesquisa não considera um fator novo e muito relevante para as novas gerações, cuja força de trabalho está cada vez mais presente nas empresas: ser feliz no trabalho!
Recentes pesquisas científicas nessa área comprovaram que a felicidade no trabalho está diretamente relacionada com a rentabilidade dos negócios. Além disso, também foi comprovado que as circunstancias externas da vida, ou seja, onde moramos, onde trabalhamos, se somos chefes ou operários, se somos ricos ou pobres, afetam somente 10% da nossa felicidade. Os outros 90% são determinados por condições internas, dos quais 50% dependem de fatores genéticos e 40% da nossa maneira de pensar e do que somos capazes de fazer por essa felicidade.
Empresas exitosas atualmente estão focando no nível de engajamento dos seus empregados, ou seja, em seus níveis de envolvimento, compromisso, entusiasmo e conexão com os desafios, colegas e empresa, que por outro lado, ajudam a impulsionar os resultados dos negócios.
A reconhecida consultoria americana Gallup vem pesquisando o comportamento humano, desde meados do século XX, e encontrou em seus estudos de mais de 17 milhões de empregados em todo o mundo, que, quanto maior o engajamento dos funcionários, mais eles são produtivos, focados nos clientes, autoconfiantes e apresentam menores probabilidades de deixar a empresa por um concorrente.
Empregados engajados têm um perfil completamente diferente dos empregados que apenas fazem o mínimo para não serem demitidos. Eles transbordam entusiasmo, são questionadores e gostam de aprender coisas novas. E o que determina uma equipe de trabalho engajada? Gallup concluiu em seus estudos que, empregados que têm a oportunidade de usar seus pontos fortes todos os dias, são seis vezes mais engajados.
Pesquisas de RH mais modernas estão dedicadas a investigar os níveis de felicidade dos empregados e fazem perguntas mais direcionadas aos sentimentos, aos níveis de saúde, energia, motivação, realização, aprendizagem, autoconfiança, autonomia, capacidade de recuperação e oportunidades de progredir na carreira.
São aspectos individuais que, embora estejam relacionados com o funcionamento e com a experiência no trabalho, não dependem de ações da empresa, não envolvem custos nem afetam condições externas. Dependem de decisão pessoal e afetam diretamente a felicidade, o bem-estar e o desempenho profissional de cada um.
Antigamente, acreditava-se que nenhuma empresa atingiria o sucesso, se não tivesse pessoas satisfeitas trabalhando para elas. Atualmente, mais do que pessoas satisfeitas, as empresas precisam de pessoas engajadas, que consigam encontrar significado em seus trabalhos, ou seja, que possam fazer aquilo de que gostam, que possam usar todo o seu potencial e que possam seguir aprendendo.
Como afirma Martin Seligman, investigador americano fundador da Psicologia Positiva, “A verdadeira felicidade deriva da identificação e cultivo dos pontos fortes mais importantes da pessoa e do seu uso cotidiano no trabalho, no amor, no ócio e na educação dos filhos.”
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