Passar uma tarde em Itapuã, agora, sem Juvená, não será fácil…
Texto de Edival Passos
É, meu Amigo Juvená, estava muito desejoso de te ver, de te abraçar e de brindar contigo nosso reencontro, sentados naquela mesa redonda, ao centro do “Espaço Eco-etílico e Cultural Juvená”, onde todos os teus amigos e tuas amigas que ali adentravam naquele santuário da cultura baiana iam te cumprimentar com muito amor e carinho. Mas não deu, velho amigo. Agora, só um dia desses, não sei quando, e que seja o mais demorado possível, nos reencontraremos.
Tu eras, com esses valores, um símbolo-referência para nós que te amávamos e continuamos te amando, mesmo à distância. Agora nosso amor por ti continuará sendo sentido-realizado pelas ondas cósmicas desse universo infinito que nosso deus cósmico criou.
Juvená, tu que estás em viagem para o infinito cósmico, quando chegares lá, em algum lugar, sei que irás reencontrar com Vinícius de Moraes, Batatinha, Moraes Moreira, Jorge Portugal, Jaime Sodré e Firmino de Itapuã, que vai viajar junto contigo, peço-te, então, que logo que realize esse reencontro mande notícias pra’gente, “velho e inesquecível amigo”. Assim, nos confortará de que não estarás vagando sozinho.
Pois é, estou falando e homenageando um ser humano baiano, que além do seu valor humanista, contribuiu em muito no plano cultural para a cidade de Salvador nas décadas de 70, 80, e 90. Em especial nas décadas de 70 e 80, onde seus espaços empreendedores, as barracas nas festas de largo, a barraca de praia da Rua J em Itapuã e o “Espaço Eco-etílico e Cultural Juvená”, na rua do antigo Hotel Quatro Rodas, hoje Hotel Deville, acolheram parte da boemia da nossa cidade, intelectuais, jovens estudantes rebeldes e os amantes da democracia, em especial a turma da esquerda baiana.
É isso aí, meu psicólogo barraqueiro, tu sempre serás lembrado por mim, porque fostes um ser humano humanista, carinhoso, solidário e comprometido com a cultura da nossa Cidade do Salvador.
Pelo que fizestes pela cultura de Salvador mereces muitas homenagens. Duas eu as indico já ao governador da Bahia, Rui Costa, e ao prefeito de Salvador, Bruno Reis: tombamento do “Espaço Eco-etílico e Cultural Juvená” e um busto em algum lugar do bairro de Itapuã, para tornares um baiano inesquecível.
Edival Passos, economista humanista
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