Publicado em 12/12/2015 às 12h08.

Bahia registra mais de 200 ataques a banco em 2015

Em entrevista ao bahia.ba, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia critica o baixo investimento em prevenção e defende convergência de esforços entre banqueiros e autoridades de segurança pública

Jaciara Santos
augusto
Vasconcelos: bancos estão preocupados apenas com os próprios lucros (Divulgação)

Do início do ano até esta sexta-feira (11), a Bahia registrou mais de 200 ataques a bancos em todo o estado. Os dados são do Sindicato dos Bancários da Bahia e incluem assaltos com sequestro, explosões de caixas eletrônicos e de agências, arrombamentos de equipamentos e tentativas de quaisquer desses crimes. No ano passado, o total de casos chegou a 238 ocorrências, segundo a 8ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos. Num ranking que inclui os maiores centros financeiros do país, a Bahia alcança uma nada honrosa quinta posição. Fica atrás de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. No Nordeste, o estado era líder absoluto.

A situação é preocupante, disse há pouco ao bahia.ba, o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos. “É necessário que haja uma convergência de esforços no sentido de enfrentar a situação”, defende.  Para ele, os bancos precisam investir mais em segurança e as polícias (Civil e Militar) deveriam atuar de forma especializada, com foco na investigação. As Forças Armadas também precisam rever seus critérios de fiscalização, entende o sindicalista: “Não é possível que a venda de explosivos não possa ser controlada com mais rigor pelo Exército”, enfatiza.

A fórmula de enfrentamento aos ataques existe, sinaliza Vasconcelos. Basta disposição para pôr em prática práticas e rotinas de segurança pública, ele acredita. Ocorre que o empresariado parece padecer de uma espécie de miopia no que diz respeito ao assunto. “Os bancos alardeiam ter investido  6,5% do lucro no setor”, diz o sindicalista. “Acontece que, 90% desse montante foi destinado à segurança dos sistemas de home banking“, completa.

Ou seja, mais uma vez, os bancos estão preocupados com os próprios lucros e não com a segurança de clientes e trabalhadores. Aliás, no dia a dia, essa postura fica bastante evidente, diz Vasconcelos, que chama a atenção para o pouco caso das instituições financeiras em relação à instalação de dispositivos voltados para a prevenção de ataques. Dentre as propostas do sindicato para inibir os ataques está a instalação de um equipamento que destrói as cédulas no momento de uma eventual explosão.

E quando a ação é consumada? Para o líder sindical, até nesse momento, se revela a indiferença dos banqueiros em relação aos públicos interno e externo: “Os bancos deveriam colaborar com a polícia para ajudar nas investigações, o que não acontece”.

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