Bahia registra queda de 54% no desmatamento, diz relatório do MapBiomas
Resultado fez o estado cair da segunda para a quinta posição no ranking nacional de áreas com maior supressão de vegetação nativa

A Bahia alcançou uma queda significativa no desmatamento em 2024, com redução de 54,15% na área suprimida, que passou de 290.808,8 hectares em 2023 para 133.334,9 hectares no último ano.
Esse resultado fez o estado cair da segunda para a quinta posição no ranking nacional de áreas com maior supressão de vegetação nativa. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (15), durante o lançamento do Relatório Anual de Desmatamento (RAD 2024), promovido pelo MapBiomas Alerta, em Brasília (DF).
O evento reuniu autoridades ambientais, pesquisadores e representantes da sociedade civil para apresentar o panorama mais recente sobre a supressão de vegetação nativa no país, que pelo sexto ano consecutivo, consolida os principais dados de supressão de vegetação nativa no Brasil, detalhando onde e em quais biomas o desmatamento cresceu, bem como os fatores de pressão predominantes.
Representando a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) na apresentação, o diretor de Fiscalização Ambiental do Inema, Eduardo Topázio, ressaltou a importância das iniciativas que as entidades desenvolvem para a proteção ambiental do estado, como o Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR), que já registra mais de 1,2 milhão de propriedades na Bahia.
“O CEFIR é uma ferramenta essencial no combate ao desmatamento, pois permite o cruzamento de dados com imagens de satélite, agiliza a fiscalização e oferece benefícios a quem mantém a regularização ambiental”, explicou.
Além do cadastro, o Governo da Bahia, por meio da Sema e do Inema, desenvolve diversas ações estruturantes para conter o avanço do desmatamento, especialmente nas regiões mais críticas do estado. Um exemplo é o Programa Bahia + Verde, lançado em junho de 2023, que orienta políticas para proteção e recuperação do patrimônio natural, abrangendo temas como gestão pública ambiental, conservação, recursos hídricos, participação social, uso de energia limpa, redução dos efeitos das mudanças climáticas e investimento em tecnologia para gestão ambiental.
O Pacto Pelo Cerrado é outra iniciativa da Sema e do Inema que contribui para a preservação ambiental por meio de ações de fiscalização e combate ao desmatamento ilegal, monitoramento e recuperação de áreas degradadas, fortalecimento da gestão ambiental e engajamento da sociedade civil.
Apesar de o relatório indicar que, entre 2019 e 2024, mais de 539 mil hectares desmatados na Bahia tiveram algum tipo de autorização, tornando o estado o segundo com maior proporção de área desmatada autorizada (54,9%), atrás apenas do Tocantins (59,6%).
Além disso, no ano passado, a Bahia foi o único estado da região do Matopiba (região que inclui áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a reduzir o desmatamento nesse período, evidenciando a eficácia das ações de monitoramento, fiscalização e controle ambiental implementada recentemente.
Para conter o avanço do desmatamento, o Governo reforça o compromisso na execução das Operações Planejadas para coibir o desmatamento ilegal em áreas de forte pressão, integradas à utilização de novas ferramentas tecnológicas e o monitoramento por imagens de satélite.
Esses novos instrumentos têm auxiliado na análise dos alertas que o órgão ambiental recepciona através da utilização das diversas fontes, conferindo maior eficiência às ações do setor técnico durante a inspeção in loco, como também na geração dos desdobramentos, qualificando a ação fiscalizatória.
No cenário nacional, o RAD 2024 aponta que o Brasil perdeu 1.242.079 hectares de vegetação nativa em 2024, uma queda de 32,4% em relação a 2023. Apesar da retração, o acumulado entre 2019 e 2024 alcança 9,88 milhões de hectares, com destaque para os biomas Amazônia e Cerrado, que concentram 82,9% das perdas.
Pelo segundo ano seguido, o Cerrado foi o bioma mais afetado (652.197 ha), seguido pela Amazônia (377.708 ha) e pela Caatinga (174.511 ha). A Mata Atlântica foi o único bioma a registrar leve aumento na área desmatada, com crescimento de 2% em relação a 2023.
O Matopiba, região que responde por 40% da devastação nacional, registrou queda de 28% no desmatamento em 2024 em comparação ao ano anterior. Avanços no monitoramento por satélite, fiscalização integrada e modernização dos cadastros ambientais explicam o resultado.
A Bahia se destacou ao reforçar seu protagonismo com ações de controle territorial e transparência de dados, contribuindo decisivamente para essa redução histórica.
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