Publicado em 08/11/2021 às 08h23.

Baiano descobre método capaz de controlar doença na plantação de batata

Testes indicaram fungos e bactérias que são capazes de controlar a sarna comum no cultivo da hortaliça

Redação
Foto: Divulgação/Secti
Foto: Divulgação/Secti

 

A batata é um dos alimentos mais consumidos do mundo. A hortaliça tem um grande valor econômico no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que o país tem cerca de 100 mil hectares de cultivo e gera mais de 3 milhões de toneladas por ano. A produção de batata mundial sofre com uma doença chamada sarna comum, o que afeta diretamente o preço do produto no mercado.

O agrônomo John Porto, junto com sua orientadora de doutorado Tiyoko Nair Hojo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), identificaram o problema nas plantações da Chapada Diamantina. A partir disso, Porto desenvolveu uma pesquisa com o propósito de controlar essa patologia na produção do tubérculo.

A sarna comum causa necrose superficial na Solanum Tuberosum L, mais conhecida como batata inglesa ou batatinha. A doença é causada pela bactéria do gênero Streptomyces, que está presente no solo. Para conter essa patologia, John Porto estudou fungos da espécie Trichoderma longibrachiatum e Trichoderma harzianum e a bactéria Bacillus subtilis.

“Testei esses fungos e bactérias para tentar controlar essa doença. Essas necroses se desenvolvem durante o crescimento do tubérculo. A infecção ocorre nos estágios iniciais de formação e vai se desenvolvendo em ‘feridas’ durante o crescimento da batata, tomando toda a superfície ou parte dela”, explica Porto.

Segundo o agrônomo, o estudo utilizou métodos biológicos, diferentes de outros já realizados. “No passado se fazia uso de produtos químicos ou controle de pH. A proposta desse trabalho foi a utilização de produtos biológicos, no caso, microrganismos que competem, parasita ou inibem o desenvolvimento dos microrganismos que causam doenças em plantas. Ainda tem o bônus de causar menor impacto ao meio ambiente e proporcionar alimentos mais saudáveis, sem contaminantes tóxicos”, afirma.

A primeira parte da pesquisa já foi concluída e os resultados preliminares foram positivos. De acordo com John Porto, a doença não afeta a polpa da batata, mas deixa o produto com um aspecto “ferido”, o que tira o valor comercial, por isso, o estudo tem grande importância para os produtores do tubérculo. “A cultura da batata tem uma grande parcela de contribuição no agronegócio brasileiro. Na Chapada Diamantina é responsável pela renda de várias famílias que dependem da atividade. Um problema como a sarna comum, que já proporcionou em alguns casos perda total da produção, pode desencadear sérios problemas como desemprego e êxodo rural”, destaca.

O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Também contribuíram com o andamento do projeto, Natalino Shimoyama, da Associação Brasileira da Batata (ABBA), Dra. Suzete Aparecida Destefano, do Instituto Biológico de Campinas, e do Dr. José Magno Queiroz Luz, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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