Publicado em 11/12/2015 às 18h45.

Chapada: Secretário não tem expectativa para acabar incêndios

O distrito Caeté-Açu, onde fica o Vale do Capão, e o município de Lençóis, correm o risco de terem residências atingidas pelas chamas. Situação é alarmante

Hieros Vasconcelos

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Os incêndios na Parque Nacional da Chapada Diamantina completaram três meses nesta sexta-feira (11). A situação é tão alarmante que nem mesmo o secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, tem expectativa, ou qualquer previsão, de quando eles serão completamente debelados. “Não há uma previsibilidade para findar os incêndios. É um ano atípico, um processo cíclico que acompanha a questão do El Niño. E este mês não registramos chuvas, que deveriam te começado em outubro”, disse o titular da Sema, em entrevista ao bahia.ba.

Atualmente, no município de Lençóis e no distrito Caeté-Açu, conhecido como Vale do Capão, um dos principais destinos turísticos da Chapada, o fogo se alastra rapidamente, sem nenhum tipo de controle, e pode a qualquer momento atingir residências. A gravidade levou o prefeito da cidade de Palmeiras, onde o distrito está localizado, a decretar estado de emergência.

A destruição do verde da Chapada se mostra ainda mais grave com os indícios de que os focos foram gerados por atos criminosos. Vale ressaltar que a região é uma das principais bacias hidrográficas da Bahia, responsável por boa parte do fornecimento de água para o estado.

Segundo Spengler, a Polícia Civil continua as investigações e, quanto mais elas avançam, mas se constata que não houve acidentes.  No entanto, ninguém foi preso até então. “Esperamos o mais rapidamente possível que a polícia comprove que tem ação humana”, disse.

Pouca estrutura – Apesar das inúmeras reclamações de brigadistas voluntários sobre a pouca estrutura para combater as chamas, o secretário disse que a operação de combate é a maior já vista na Bahia. No site Avaaz, um abaixo assinado coleta assinaturas para cobrar dos governos federal e da Bahia um plano de monitoramento e prevenção de incêndios florestais.

Os criadores alegam que a Chapada está sendo consumida pelas chamas por falta desse plano. De acordo com o Spengler, o plano existe dentro do Programa Bahia Sem Fogo. “Existe, mas esse incêndio não é uma questão de monitoramento. Tem outros fatores. Muitos focos surgindo constantemente e mesmo com essa estrutura, que nunca antes foi disponibilizada, encontramos dificuldades”, reconheceu.

A estrutura à qual ele se refere se trata das 24 brigadas voluntárias pela região, seis aviões para lançamento de água e três helicópteros. “É uma grande estrutura. Se é suficiente ou não, só saberemos em breve, mas é a maior operação já vista na Bahia”, estimou.

No Facebook, uma página intitulada Sos Chapada Diamantina compartilhou um vídeo onde mostra a situação no momento:

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