Publicado em 12/03/2016 às 21h00.

Corpo de idoso é encontrado após 2 meses soterrado em cisterna

O cadáver de José Alves da Cruz, de 77 anos, ainda está no poço e deve ser içado neste domingo (13) após a retirada das pernas do barro que ainda encobre a vítima

Luís Filipe Veloso

O Corpo de Bombeiros finalmente encontrou neste sábado (12) o corpo de José Alves da Cruz, de 77 anos, que está encoberto por uma faixa de terra, há 25 metros da superfície, dentro de uma cisterna no município de Rio Real, nordeste do estado. O coronel Teles, Comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, confirmou na noite deste sábado ao bahia.ba que “o cadáver ainda não foi retirado do local porque é preciso fazer um trabalho muito delicado para preservar os membros inferiores que ainda estão presos embaixo do barro”.

O representante da corporação informou, ainda, que já notificou o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e o delegado da cidade para que acompanhem a conclusão da operação neste domingo (13) e deem início ao levantamento cadavérico que vai esclarecer a causa da morte do idoso. De acordo com o coronel, “é preciso concluir se ele, de fato, caiu no local ou foi atirado, por exemplo; informações que só a necropsia pode esclarecer”.

A operação – O idoso ficou soterrado após a estrutura ruir enquanto ele realizava um serviço no poço no dia 10 de janeiro. As buscas pela vítima só começaram no dia 18 de fevereiro, embora o laudo do engenheiro e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luís Edmundo Campos, tenha sido apresentado no dia 29 de janeiro às autoridades envolvidas. O documento atestava os riscos que o terreno oferecia.

Finalmente, bombeiros e técnicos da Companhia de Engenharia Hídrica da Bahia (Cerb) chegaram a um consenso quanto à segurança da operação. A partir de então, o diâmetro da cisterna que era de um metro foi duplicado para facilitar o acesso da equipe de salvamento ao corpo da vítima. Uma empresa contratada pela Cerb iniciou a instalação de anéis de liga metálica para estabilizar o terreno. Após a escavação e conclusão da contenção do espaço, os bombeiros desceram ao nível onde encontraram José e agora realizam um “procedimento semelhante às técnicas arqueológicas para preservar intactos os membros inferiores que estão sob a terra”, descreveu o Coronel Teles ao bahia.ba.