Publicado em 29/07/2025 às 13h51.

Confrontos com facções explicam alta letalidade da Polícia na Bahia, diz delegado-geral

Responsável pela Polícia Civil, André Viana afirma que capacitação e novos protocolos visam minimizar mortes em operações

Fredie Ribeiro / André Souza
Foto: Fredie Ribeiro/Bahia.ba

 

Após a divulgação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, que apontou a Bahia como o segundo estado com a polícia mais letal do país, o delegado-geral da Polícia Civil, afirmou que o dado “não traz nenhum orgulho” para a corporação e que a meta é reduzir o número de mortes decorrentes de ações policiais.

“O anuário passou um dado que infelizmente não nos traz nenhum orgulho desse dado específico. Procuramos dar a resposta da melhor forma. Uma das medidas é buscar capacitar cada vez mais os policiais, para que possam apresentar números menores”, afirmou o delegado.

Ele também resssaltou que a polícia baiana tem adotado medidas como novas operações, protocolos de atuação e investimentos em elucidação de crimes. “Acredito que, com as ações que estão sendo adotadas, a nível de capacitação, vamos reverter esse quadro e apresentar uma sensação de segurança muito maior para a sociedade”, disse.

O delegado associou o aumento da letalidade policial no estado ao fortalecimento de organizações criminosas na região, que, segundo ele, migraram do Sudeste para o Nordeste com maior poder de fogo. “Infelizmente, ocorreram confrontos, e esses confrontos levaram à letalidade. Vamos capacitar o nosso policial para que ele possa fazer frente a essa situação da forma mais cirúrgica possível, onde o efeito letal seja minimizado”, concluiu.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Antônio Magalhães, também comentou os dados. “A gente respeita os números, estamos trabalhando de forma intensificada. O anuário mostra dados ruins, mas temos reduções ano a ano. Em 2023 em relação a 2022, em 2024 em relação a 2023 e agora, no primeiro semestre de 2025, já apresentamos reduções. Estamos investindo na capacitação do efetivo e atuando com base em inteligência, buscando sempre resultados em prol da sociedade”, afirmou.

Segundo o anuário, a Bahia registrou o segundo maior número absoluto de mortes por intervenção policial no país, atrás apenas do Rio de Janeiro.

Segunda polícia que mais mata no país

Entre os estados, a Bahia tem a segunda maior taxa de letalidade policial do Brasil, com 10,5 mortes por 100 mil habitantes, mais de três vezes a média nacional. Em números absolutos, o estado registrou 1.556 mortes provocadas por policiais em 2024, contra 1.700 em 2023, o que representa uma redução de 8,6%.

O anuário mostra ainda que seis municípios baianos estão entre os dez com maior taxa de letalidade policial do país, considerando apenas cidades com mais de 100 mil habitantes.

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