Publicado em 04/12/2019 às 15h26.

Foz do Rio Pojuca recebe rede para proteger manguezal de novas manchas de óleo

Técnica de preservação foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs)

Redação
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Foi instalada nesta semana na foz do Rio Pojuca, nos arredores da Praia do Forte, uma rede de proteção para evitar que novas manchas de óleo atinjam os manguezais da região. De acordo com o mais recente relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) sobre os impactos do óleo no litoral brasileiro, divulgado nesta terça (3), 226 localidades no litoral baiano ainda estão contaminados pela substância.

A fixação da tela, realizada após uma série de testes, é uma técnica de preservação de manguezais desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

A iniciativa conta com o apoio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Bahia Pesca e da Tronox Pigmentos do Brasil, que doou cinco redes para a pesquisa, totalizando um investimento de R$ 40 mil.

“Uma bainha foi adaptada para inserção de boias e garrafas pets como flutuadores, reduzindo a necessidade de estacas”, explica o coordenador do Laboratório de Biologia Pesqueira da Uefs, George Olavo Mattos e Silva, ressaltando que a rede de malha dupla é colocada de forma a não impedir a passagem de peixes e outros animais.

Devido à sua densidade, o óleo que vazou no litoral baiano tende a passar por baixo das contenções convencionais, que são rasas. Como as redes são mais altas, porém, é possível realizar a retenção do material desde a superfície até uma profundidade de três metros.

Para os pesquisadores responsáveis pela ação, medidas preventivas continuam sendo fundamentais para preservar ecossistemas mais sensíveis, como os manguezais, já que não se sabe a quantidade de óleo que foi vazado e que é incerta a quantidade da substância que ainda pode chegar às praias.

O oceanógrafo Francisco Carlos de Barros, professor da Faculdade de Biologia da Ufba, lembra que os manguezais servem de berçário para várias espécies de peixe, caranguejos e mariscos.

“Os manguezais têm ganhado uma grande importância para a mitigação das mudanças climáticas, visto que são um dos ambientes que mais acumulam carbono no solo”, diz.

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