Publicado em 28/06/2024 às 17h21.

Indústria baiana bate recordes de números de unidades locais, ocupação e produtividade

De 2021 para 2022, o setor industrial na Bahia teve crescimento pelo terceiro ano seguido

Redação
Foto: Assessoria SEI

 

De 2021 para 2022, o setor industrial da Bahia cresceu pelo terceiro ano consecutivo, com um aumento no número de unidades locais de empresas industriais, atingindo um recorde na nova série histórica da Pesquisa Industrial Anual do IBGE (PIA-Empresa), iniciada em 2007. Além disso, o total de pessoas ocupadas aumentou pelo segundo ano seguido, alcançando o maior patamar em 16 anos.

Nesse período, houve um aumento nominal (sem considerar a inflação) no valor gerado pela indústria no estado, o que levou a um leve aumento na produtividade industrial (valor gerado por pessoa ocupada), também atingindo um recorde na Bahia.

Em 2022, havia 6.189 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas ativas no estado, um número 5,1% maior do que em 2021 (5.890), representando um acréscimo de 299 unidades industriais em um ano. Esse saldo positivo foi o 3º maior entre os estados, ficando atrás apenas de São Paulo (+1.168) e Minas Gerais (+977).

Com esse crescimento, a Bahia manteve o 8º maior número de unidades locais de empresas industriais do país, liderando no Norte-Nordeste. O estado representava 3,2% das 191.035 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas no Brasil. São Paulo (28,9%), Minas Gerais (12,5%) e Santa Catarina (10,4%) tinham as maiores participações.

No Brasil, houve um aumento no número de unidades locais industriais entre 2021 e 2022, de 191.185 para 194.944 (+2,0% ou mais 3.759 em números absolutos), com crescimento em 24 das 27 unidades da Federação. Apenas Santa Catarina (-125 unidades locais), Espírito Santo (-69) e Pará (-56) apresentaram reduções.

As unidades fabris na Bahia, em 2022, empregavam 248.096 pessoas, um contingente 5,0% maior (mais 11.908 trabalhadores) do que em 2021 (236.188 pessoas). Foi o segundo crescimento consecutivo no emprego industrial no estado, atingindo o ponto mais alto em 16 anos de série histórica (desde 2007).

No Brasil, o número de pessoas empregadas nas unidades locais industriais cresceu 2,5% entre 2021 e 2022, de 7,584 milhões para 7,777 milhões de pessoas (mais 193.073). Houve alta em 24 dos 27 estados.

Com o aumento do número de empresas, de 2021 para 2022, o valor da transformação industrial (VTI), ou seja, o valor líquido gerado pelas unidades locais industriais, descontados os custos de produção, teve o seu terceiro crescimento nominal consecutivo na Bahia, atingindo o ponto máximo da série histórica.

A indústria baiana gerou um VTI de R$ 80,049 bilhões em 2022, 5,4% maior do que no ano anterior (mais R$ 4,090 bilhões). Nesse período, a Bahia superou o Pará e passou do 8º para o 7º maior valor de transformação industrial do país. A indústria baiana representava, em 2022, 3,3% do valor gerado pelo setor nacionalmente, que foi de R$ 2,441 trilhões, 14,3% superior ao de 2021.

Em 2022, São Paulo respondia por pouco mais que um terço do total gerado pelas unidades locais industriais no Brasil (34,8%), seguido por Rio de Janeiro (12,8%) e Minas Gerais (11,1%).

A produtividade do trabalho na indústria baiana variou positivamente (0,3%) e também foi recorde em 2022, com R$ 322.652 gerados por pessoa ocupada. Houve uma leve variação nominal positiva de 0,3% em relação a 2021 (R$ 321.603), o terceiro crescimento consecutivo nesse indicador no estado. Ainda assim, a Bahia caiu da 8ª para a 9ª posição no ranking nacional da produtividade industrial.

No país, a produtividade das unidades locais industriais foi de R$ 313,9 mil por pessoa ocupada em 2022, 11,5% maior do que em 2021.

A extração de minerais não-metálicos liderou o aumento no número de unidades locais na Bahia em 2022, passando de 208 em 2021 para 346 em 2022 (mais 66,3% ou 138 unidades). Por outro lado, a fabricação de produtos alimentícios foi o segmento que mais perdeu unidades, caindo de 1.428 em 2021 para 1.347 em 2022 (menos 81 unidades ou -5,7%), mas ainda liderando em número de unidades locais na Bahia, com 21,8% do total.

A preparação de couros e a fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados foi o segmento que mais influenciou no crescimento do pessoal ocupado na Bahia entre 2021 e 2022, passando de 35.280 para 42.175, um saldo positivo de 6.895 trabalhadores (+19,5%). Já a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve a maior redução no número de trabalhadores, caindo de 1.863 para 1.093 pessoas ocupadas (-770 ou -41,3%).

A fabricação de produtos alimentícios manteve a liderança no pessoal ocupado na Bahia, com um leve crescimento entre 2021 e 2022, passando de 43.649 trabalhadores em 2021 para 44.224 em 2022 (mais 575 trabalhadores ou +1,3%).

Entre 2021 e 2022, a extração de petróleo e gás natural liderou os ganhos da indústria baiana tanto em valor gerado quanto em produtividade. O VTI do segmento aumentou de R$ 3,022 bilhões para R$ 5,166 bilhões (mais R$ 2,144 bilhões ou +70,9%). A produtividade subiu de R$ 4,355 milhões por pessoa ocupada para R$ 4,949 milhões (mais R$ 593,9 mil ou +13,6%), mantendo a liderança na produtividade industrial na Bahia.

Por outro lado, a fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis teve as maiores quedas no VTI e na produtividade. O VTI do segmento recuou de R$ 16,363 bilhões para R$ 13,309 bilhões (menos R$ 3,054 bilhões ou -18,7%), e a produtividade caiu de R$ 3,797 milhões por pessoa ocupada para R$ 2,591 milhões (menos R$ 1,206 milhão ou -31,8%).

Pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2007, esse segmento deixou de liderar a geração de valor industrial na Bahia. Em 2022, a fabricação de produtos químicos passou a ter o maior VTI do estado, com R$ 14,173 bilhões, representando 17,7% do total gerado pela indústria baiana, embora tenha apresentado uma queda em relação a 2021 (menos R$ 1,158 bilhão ou -7,6%).

Em 2022, a Bahia perdeu participação no valor gerado pela indústria do Nordeste pelo 4º ano consecutivo, passando de 39,5% em 2021 para 36,1% em 2022. As unidades locais industriais do Nordeste geraram R$ 221,543 bilhões em 2022. Desde 2013, quando a Bahia concentrava 41,8% do valor gerado pela indústria do Nordeste, o estado teve uma perda de participação de 5,7 pontos percentuais, a maior entre os estados da região.

Nesse período, Pernambuco (de 17,0% para 23,5%), Maranhão (de 4,1% para 5,7%), Rio Grande do Norte (de 7,4% para 8,5%), Piauí (de 1,6% para 2,0%) e Ceará (de 14,7% para 14,8%) ganharam participação no valor gerado pela indústria do Nordeste.

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