Publicado em 24/03/2025 às 08h51.

Jerônimo nega omissão do Estado e diz que há infiltrados nos conflitos no extremo sul da Bahia

"Não há ausência de força policial. Estamos lá, o coronel Paraíso, que coordena a região, tem feito isso com muito cuidado", afirmou o governador

André Souza
Foto: Reprodução/Youtube/Jerônimo Rodrigues

 

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou que o governo tem acompanhado de perto os conflitos entre produtores rurais e indígenas no extremo sul do estado e negou que haja ausência do poder público na região. Segundo ele, há investimentos contínuos em segurança e esforços para evitar uma escalada da tensão.

“A gente tem feito um esforço muito grande com concurso, criando companhias. Estamos equipando com armamentos, com viaturas, com construção de novas delegacias e pelotões. A inteligência da polícia está sendo reforçada constantemente, com investimentos altos”, disse em entrevista a rádio Sociedade. “Não há ausência de força policial. Estamos lá, o coronel Paraíso, que coordena a região, tem feito isso com muito cuidado.”

O governador afirmou que o governo estadual enviou representantes para dialogar com as partes envolvidas, mas que o ambiente ainda não era propício para um encontro entre indígenas, quilombolas e representantes do agronegócio.

“Se a gente promovesse naquele momento uma reunião conjunta, não dá para imaginar que aquilo iria pacificar ou criar uma agenda de resolutividade. As informações que chegam às vezes desgastam o agro, às vezes desgastam os indígenas. Ali não tem indígena promovendo tumulto, não é movimento sem terra. Há algo por trás, e a inteligência está estudando, porque o movimento não é pacífico”, afirmou.

Jerônimo também declarou que há pessoas se passando por indígenas para criar conflitos. “Tem sim! Tem gente aproveitando a oportunidade de uma pauta séria, que é o território indígena. Eu nunca me furtei disso. Pelo contrário, assumi meu lugar de descendente indígena. Mas não vou aceitar que nenhum lado crie tumulto e manche a imagem da Bahia”, declarou.

Ele declarou que todas as mortes e invasões estão sendo investigadas e que há cooperação com o governo federal para lidar com a crise. “A Polícia Militar não pode entrar em território indígena, porque é área federal. Mas temos uma boa parceria com a Polícia Federal e a PRF. Criamos um grupo de trabalho para evitar crises não só no extremo sul, mas também na Chapada Diamantina e outras regiões. Não há fuga do Estado, estamos conversando com os prefeitos e acompanhando tudo de perto”, concluiu.

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