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Publicado em 05/12/2025 às 15h36.

Justiça decreta prisão de oito suspeitos de integrar esquema de grilagem no interior

Decisão atende a pedido do Ministério Público da Bahia

André Souza
Foto: Ministério Público da Bahia

 

A Justiça da Bahia decretou a prisão preventiva de oito investigados apontados como integrantes de uma organização criminosa especializada em grilagem e comercialização ilegal de imóveis em Feira de Santana. A decisão atende a pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que conduz as investigações por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).

O caso veio à tona após o MP-BA receber uma representação denunciando um esquema estruturado que envolveria empresários da construção civil, policiais civis e militares, servidores cartorários e advogados. Segundo a denúncia, o grupo ocupava propriedades de forma ilegal, intimidava proprietários com violência e ameaças, falsificava documentos públicos e realizava vendas irregulares a partir de registros imobiliários fraudados. As apurações contam com apoio do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).

De acordo com o Gaeco, o suposto esquema operava de maneira coordenada por três núcleos: cartorário, policial e empresarial/imobiliário. O núcleo cartorário teria fornecido documentos para dar aparência de legalidade às transações, incluindo matrículas e registros supostamente manipulados. Já o núcleo policial seria responsável por garantir proteção armada ao grupo e executar ações de coerção contra vítimas. O núcleo empresarial e jurídico, segundo a denúncia, cuidava da viabilidade econômica das operações e da formalização de contratos e escrituras simuladas.

Para o MP-BA, o grupo demonstra “alto grau de sofisticação, estabilidade e capacidade de reiteração delitiva”, articulando desde a ocupação violenta de imóveis até a legitimação documental das fraudes com suporte de servidores públicos e intermediários privados.

Além das prisões preventivas, a Justiça aplicou medidas cautelares a outros 11 investigados. Entre elas estão comparecimento periódico em juízo, restrição de saída da comarca, proibição de acesso a cartórios extrajudiciais e impedimento de contato com testemunhas e demais investigados. Três suspeitos ligados aos núcleos cartorário e jurídico deverão usar tornozeleira eletrônica. Também foram impostas restrições profissionais, como suspensão do exercício de funções públicas e proibição temporária de atuar em atividades do setor imobiliário ou na advocacia, conforme cada caso.

André Souza
Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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