Publicado em 07/06/2023 às 19h09.

Médico vítima de homofobia diz que está tentando ser forte e corajoso na recuperação do trauma

Ao bahia.ba Phelipe Balbi falou sobre a importância do acolhimento recebido pelas pessoas e revelou que ainda não houve pedido de desculpas por parte da gestante

Vitor Silva
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

O ginecologista Phelipe Balbi, relatou através de uma publicação nas redes sociais que foi vítima de homofobia durante plantão no Hospital da Mulher, em Feira de Santana. O profissional disse no vídeo publicado em seu Instagram, que após prestar atendimento de solicitação de exames de atualização de quadro clínico de uma gestante, após sair da sala, ela teria dito que “não gostava de ser atendida por homossexual”. Ele ainda contou que reagiu à fala da moça e falou sobre o crime de homofobia contra um funcionário público. 

Após repercussão do vídeo nas redes sociais, Balbi recebeu apoio de internautas e de pessoas da comunidade LGBTQIA+, que lutam pelos mesmos direitos como seres humanos. Em entrevista ao bahia.ba ele falou sobre importância ter recebido acolhimento após episódio delicado. 

“O acolhimento dos colegas, família, amigos e das pessoas das redes sociais tem sido extremamente importante na recuperação “trauma”. Receber amor de inúmeras pessoas que desconheço tem sido transformador. Muitas pessoas desejando me dar um abraço. Muitas pessoas que encontro pessoalmente realmente vem me abraçar. Sinto o amor em cada um deles (presencial ou virtual). Estou conciliando a vida profissional e pessoal com a repercussão dos fatos. Demanda uma grande carga psicológica e emocional do assunto”, afirmou. 

Ele também confirmou que prestou queixa contra a gestante. “Prestei queixa contra homofobia e desacato ao funcionário público na segunda-feira, acompanhado da advogada da Fundação Hospitalar de Feira de Santana”. 

 O ginecologista ainda revelou que a mulher falou para um colega do hospital que poderia pedir desculpas pelo ato, mas que, até o momento, não o procurou. “Num primeiro momento ela verbalizou para Dr. Carlos Lino, que poderia se desculpar, mas não me procurou”. 

O médico pontuou a importância de formalizar uma queixa sobre qualquer forma de preconceito e ressaltou que “cada indivíduo é único”. 

“Nós precisamos lutar todos os dias por sermos quem somos. Devemos denunciar toda forma de preconceito e apoiar às pessoas que passam por isso. Muitos outros homossexuais lutaram antes de mim numa sociedade ainda mais injusta. Cada indivíduo é único. Não devemos perder nossa essência para nos enquadrarmos na sociedade. A partir do momento que respeitamos o direito do outro, o nosso direito também deve ser respeitado”, disse ao bahia.ba 

Balbi lamentou relatos recebidos nas redes sociais por pessoas que perderam entes queridos por causa vítimas de homofobia e ressaltou, que no momento, está tentando ser “forte e corajoso”. 

“É triste receber relatos aqui de pessoas que perderam a vida pra homofobia. Eu tenho um mantra, que repito todos os dias, várias vezes ao dia. ‘Seja forte e corajoso’. E é o que estou sendo nesse momento”, disse. 

Vitor Silva

Repórter de entretenimento, mas escrevendo sobre política, cidade, economia e outras editorias sempre que necessário; tem experiência em assessoria, revista, produção de rádio e social media

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