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Publicado em 08/12/2025 às 20h40.

Museu do Recôncavo Wanderley Pinho reabre com novo conceito

Espaço passa a contar com cinco núcleos expositivos que estruturam a nova narrativa

Redação
Foto: Manu Dias/GOVBA

 

O Museu do Recôncavo Wanderley Pinho reabriu após uma ampla requalificação física e museológica que reposiciona o espaço como um centro de reflexão crítica sobre o passado colonial e escravocrata do país. A nova expografia, concebida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA), valoriza as narrativas africanas e indígenas e incorpora a participação das comunidades do entorno na construção das histórias apresentadas.

Com base em um extenso trabalho de pesquisa conduzido pelo IPAC, o museu passa a contar com cinco núcleos expositivos que estruturam a nova narrativa, além da Capela de Nossa Senhora da Conceição da Freguesia e do térreo dedicado a exposições temporárias de longa duração. O conceito renovado procura dar centralidade a vozes historicamente invisibilizadas, destacando o papel de afrodescendentes e povos originários e transformando o antigo engenho em um espaço de diálogo sobre a formação social brasileira.

Os cinco núcleos organizam a experiência do visitante. No Núcleo Histórico, uma linha do tempo revisita os principais marcos do antigo Engenho e a trajetória institucional do museu. O Núcleo dos Povos Originários reúne fotografias, um videodocumentário e uma intervenção artística inédita do artista indígena Thiago Tupinambá. Já o Núcleo dos Povos Escravizados exibe documentos, manuscritos do poema Os Escravos, de Castro Alves, digitalizados a partir dos originais preservados no Parque Histórico Castro Alves, além de totens que permitem acesso ao banco de dados internacional Slave Voyages, dedicado ao tráfico transatlântico de escravizados.

No térreo, a exposição temporária de longa duração Encruzilhadas reúne obras de arte negra brasileira e africana dos acervos do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e do Solar Ferrão. São trabalhos de 40 artistas, entre eles Mestre Didi, Agenor Gondim, Pierre Verger, Rubem Valentim, Juarez Paraíso, Emanoel Araújo, Bel Borba, Arlete Soares e Alberto Pita. Também integram a mostra máscaras da Coleção Claudio Masella, reunidas ao longo de 35 anos de vivência do industrial italiano na Nigéria e no Senegal.

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