Publicado em 07/12/2023 às 09h43.

PMs integravam milícia liderada por deputado com papel de extorquir vítimas, diz PF

Organização criminosa é acusada de lavagem de jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada em Feira de Santana e cidades vizinhas

Alexandre Santos
Foto: Polícia Federal

 

Três policiais militares integram o braço armado de um grupo miliciano do qual um deputado estadual é suspeito de liderar em Feira de Santana, segundo a Polícia Federal. Eles são alvo da Operação El Patron, deflagrada na manhã desta quinta-feira (7), em conjunto com o Ministério Público da Bahia, Receita Federal e Força Correicional Integrada da Secretaria de Segurança Pública (Force/Coger/SSP). Os nomes dos agentes e do político não foram divulgados.

Procurada pelo bahia.ba, a Polícia Militar não se manifestou.

De acordo com a PF, os PMs eram responsáveis por cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros excessivos.

Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas pelo MP sob acusação de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada, entre outras infrações penais. O grupo atuava em Feira de Santana e cidades vizinhas, diz a investigação.

Além de dez mandados de prisão preventiva, a Justiça expediu 35 ordens de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.

De acordo com a PF, a investigação teve início após o MP levantar graves ilícitos penais que estariam sendo perpetrados na região. Com o aprofundamento das diligências, colheram-se elementos probatórios que revelaram a participação dos indiciados num grupo miliciano e evidenciaram parte de sua estrutura, inclusive o seu poderio econômico.

A Receita Federal, por sua vez, apontou inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, bem como propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.

As penas máximas para os crimes investigados, se somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.

Participam da operação 200 policiais federais e estaduais, além de 15 auditores fiscais da Receita Federal e seis analistas tributários.

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