Publicado em 08/01/2025 às 14h41.

Polícia Militar e instituições parceiras discutem prevenção à violência nos estádios

Reunião da PMBA com clubes, torcidas organizadas e órgãos públicos define estratégias de segurança, incluindo reconhecimento facial e campanhas educativas

Redação
Foto: Thuane Maria/ GOV-BA

 

A Polícia Militar da Bahia (PMBA), por meio do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe), realizou, nesta quarta-feira (8), uma reunião focada na prevenção à violência nos estádios. Durante o encontro, ocorrido no Quartel do Comando-Geral da PM, em Salvador, foram discutidas estratégias para prevenir e combater a violência ligada a eventos esportivos, especialmente no contexto do futebol.

“Nós aproveitamos o recesso do futebol e programamos uma série de medidas que vamos tomar. A partir deste ano, temos a questão do reconhecimento facial e da aproximação com as torcidas. Fazemos reuniões periodicamente no Bepe, independentemente de algum tipo de problema”, explicou o tenente-coronel Francisco Menezes, comandante do Bepe.

O trabalho para garantir que os jogos ocorram sem registros de embates entre torcedores conta com a parceria de diversos entes. A Federação Bahiana de Futebol (FBF) é uma delas, sendo responsável pelos torneios e apoiando as ações. “Somos uma entidade que promove a competição e trabalha em conjunto com a Segurança Pública, para que a segurança prevaleça dentro dos estádios, seguindo o que foi estabelecido pelo Ministério Público e pela Polícia Militar, para que a alegria permaneça nos estádios e o torcedor possa curtir, de maneira segura, uma partida de futebol”, explicou o coordenador de competições da FBF, Sílvio Mendes Júnior.

Essa reunião de alinhamento contou ainda com a participação de representantes dos clubes Bahia e Vitória, das torcidas organizadas Bamor e Os Imbatíveis, da Arena Fonte Nova, do Ministério Público do Estado (MPE), da Secretaria da Segurança Pública (SSP), da 16ª Vara Criminal — que detém competência exclusiva para processar e julgar as infrações penais da Lei Geral do Esporte — e da Polícia Civil (PC).

No encontro, foram discutidos temas importantes, como: Aplicação de medidas cautelares de afastamento de torcedores violentos dos estádios; Cooperação entre as diversas instituições envolvidas (públicas e privadas); Prevenção e repressão à incitação à violência por meio das redes sociais; Obrigatoriedade do reconhecimento facial nos estádios, com base na Lei Geral dos Esportes.

Ficou definida a colaboração entre diferentes órgãos das forças de segurança e as administrações dos times na montagem de esquemas que promovam tranquilidade nas praças esportivas. Como proposta, foi sugerida a criação de uma delegacia especializada. Outra sugestão foi a intensificação do policiamento durante os jogos, garantindo que os torcedores possam desfrutar das partidas em um ambiente seguro.

Também foram apresentadas as ações realizadas em 2024 para aperfeiçoar e consolidar essas medidas em 2025. De acordo com o promotor de Justiça Hugo Cassiano, com a aproximação das instituições, este ano pode ser promissor. “Acreditamos que esse processo cultural das torcidas e essa aproximação das instituições públicas permitirão enfrentar melhor as situações de violência e prevenir que esses índices sejam apresentados de forma negativa”, indicou Hugo Cassiano.

A reunião reforçou o compromisso das autoridades em promover um ambiente de respeito e segurança nos estádios, buscando não apenas punir atos de violência, mas também prevenir, por meio da educação e do diálogo com as torcidas organizadas. A expectativa é que, com essas medidas, a Bahia se torne um exemplo de segurança e respeito nas competições esportivas.

“Vejo um combate e uma atuação muito efetiva e eficiente, sobretudo da Polícia Militar, por meio do Bepe. Reuniões como essa visam o aperfeiçoamento de todas as instituições, e seguiremos nesse sentido. O objetivo principal dessa reunião é a integração de todas as instituições”, afirmou o juiz titular da 16ª Vara Criminal, Moacyr Pita Lima.

O uso de tecnologias, como câmeras de monitoramento, e a criação de campanhas educativas para conscientizar torcedores sobre a importância da paz nos eventos esportivos também foram destacados.

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