85% dos brasileiros defendem regulação das redes sociais, diz pesquisa
Pauta ganhou força após denúncias de “adultização” de jovens e adolescentes por influenciadores

85% da população brasileira considera importante que exista uma legislação específica para proteger crianças e adolescentes nas redes sociais, um percentual equivalente a 139 milhões de brasileiros, é o que revela uma pesquisa inédita do Instituto Locomotiva, em parceria com a QuestionPro, divulgada nesta segunda-feira (1º).
Esse apoio é ainda mais expressivo entre os eleitores de esquerda, onde chega a 94%, mas permanece majoritário entre os de direita, com 75%. A pauta ganhou força após denúncias envolvendo a exposição de crianças e adolescentes no ambiente digital.
O levantamento, realizado entre 11 e 14 de agosto de 2025 com 1.500 entrevistas em todas as regiões do país, revela que a preocupação da sociedade se intensifica quando o tema é a infância. Para 82% dos brasileiros, crianças e adolescentes estão muito expostos nas redes sociais, e 81% concordam que eles estão vulneráveis sem regulação. Entre eleitores de esquerda, essa percepção é mais forte, atingindo 91%, mas também é compartilhada por 73% dos eleitores de direita.
Já 80% dos brasileiros concordam que, sem legislação, o ambiente online é local de bullying e propagação de violência, e 70% acham necessário criar regras específicas, número que atinge 78% entre os eleitores de esquerda e 57% entre os de direita.
“Quando o assunto é a proteção de crianças e adolescentes, o consenso é amplo. A população enxerga a exposição dos jovens como um risco real e imediato, e defende que o Brasil estabeleça regras específicas para reduzir essa vulnerabilidade. Estamos falando de um pacto social: proteger quem ainda não tem condições de se proteger sozinho”, destaca o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
Os riscos associados à exposição digital são percebidos com clareza. 155 milhões de brasileiros (95%) reconhecem que o compartilhamento de imagens, vídeos e dados pessoais de crianças pode prejudicá-las, e apontam consequências como: falta de segurança (71%), risco de crimes cibernéticos (63%), transtornos mentais (63%), falta de privacidade (60%), ciberbullying (58%), redução do desempenho escolar (47%), adultização infantil (46%), transtornos de imagem (45%) e transtornos alimentares (32%).
Apesar disso, os brasileiros não enxergam a responsabilidade apenas nas mãos do Estado ou das empresas. Há uma consciência coletiva de que é necessário um esforço compartilhado. 91% defendem que pais e responsáveis devem mediar o acesso das crianças às redes sociais, sendo 96% entre as mulheres e 87% entre os homens. Além disso, 86% afirmam que crianças e adolescentes não devem ser expostos por seus próprios responsáveis nas redes sociais, opinião compartilhada por 91% das mulheres e 81% dos homens.
“Os brasileiros entendem que a proteção digital deve ser compartilhada. Pais e responsáveis precisam mediar o acesso de seus filhos às redes, mas não basta apenas a ação individual das famílias. É papel do Estado garantir leis que ofereçam limites claros e deem segurança para que a infância não seja entregue ao improviso no ambiente online”, afirma Meirelles.
A pesquisa também revela que 86% dos brasileiros já ouviram falar sobre a regulamentação das redes sociais, embora apenas 28% digam conhecer bem o tema. Apesar dessa familiaridade ainda restrita, a percepção de que o ambiente digital precisa de regras claras é amplamente compartilhada.
Dever das empresas
Para 84% dos brasileiros, o equivalente a 137 milhões de brasileiros, as plataformas digitais devem excluir conteúdos ilegais ou criminosos, uma responsabilidade defendida com ainda mais firmeza entre as mulheres (89%). O mesmo percentual de 84% também acredita que as empresas devem monitorar o conteúdo compartilhado em suas plataformas, posição reforçada por 90% dos eleitores de esquerda e 79% dos de direita.
Além disso, 86% dos entrevistados afirmam que as plataformas devem colaborar no combate às fake news. Quando se trata da responsabilização legal, 78% da população acredita que as empresas devem ser responsabilizadas pelo que é publicado em suas plataformas, percepção que sobe para 82% entre os eleitores de esquerda e 68% entre os de direita.
Dever do Estado
A regulação do ambiente digital também é vista como um dever do Estado. 74% dos brasileiros, o equivalente a 121 milhões de brasileiros, defendem que o governo deve garantir mais segurança nas redes sociais, sendo esse número de 85% entre os eleitores de esquerda e 57%entre os de direita.
“O debate sobre a regulação das redes sociais já saiu dos gabinetes e chegou às ruas. Oito em cada dez brasileiros apoiam a criação de regras para o ambiente digital, mostrando que a sociedade demanda um espaço onde a liberdade de expressão caminhe lado a lado com a responsabilidade”, destaca Meirelles.
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