Publicado em 25/02/2023 às 12h30.

Baianos são resgatados de trabalho análogo à escravidão no Rio Grande do Sul

Responsável por empresa chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto após pagar fiança de R$ 40 mil

Redação
Foto: Ascom / PF

 

Uma ação conjunta realizada pela Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Rodoviária Federal, na quarta-feira (22), identificou e resgatou cerca de 180 trabalhadores submetidos à condição análoga à escravidão, no Rio Grande do Sul.

Segundo a PF, os trabalhadores foram recrutados em outros estados, principalmente da Bahia, por uma empresa prestadora de serviços administrativos para vinícolas do município de Bento Gonçalves. O empreendimento em questão era contratado pela Salton, Garibaldi e Aurora para intermediar mão de obra durante safra da uva.

Em depoimento, um dos trabalhadores relatou que todos os funcionários eram mantidos em alojamento e estavam sem receber salários. Ele contou eram submetidos a agressões físicas e que contraiam empréstimos mediante cobrança de juros abusivos, sendo privados de liberdade por falta de pagamento. A fiscalização constatou as condições insalubres do alojamento, a exemplo de má conservação, além de problemas de higiene e limpeza. No local foram apreendidos uma arma de choque e um spray incapacitante.

O responsável pela empresa, Pedro Augusto de Oliveira Santana, de 45 anos, natural de Valente (BA), chegou a ser preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 40 mil e foi solto. Agora, o MTE busca o ressarcimento dos valores referentes aos salários e verbas rescisórias devidas aos trabalhadores.

As vinícolas envolvidas no escândalo informaram que não tinham conhecimento das irregularidades praticadas pela empresa prestadora de serviço.

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