Publicado em 26/11/2015 às 12h46.

Banqueiro André Esteves deve continuar preso no Rio

A prisão de Esteves foi determinada pelo STF por envolvimento em uma articulação com o senador Delcídio Amaral (PT-MS)

Agência Brasil
Esteves é dono do BTG Pactual, banco de investimentos controlado por uma sociedade de executivos
Esteves é dono do BTG Pactual, banco de investimentos controlado por uma sociedade de executivos. Foto: Divulgação

Continua preso na Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual e considerado, pela revista Forbes, o 13º homem mais rico do Brasil. Segundo a assessoria de imprensa do Departamento de Polícia Federal, Esteves deverá  permanecer no Rio porque seu mandado de prisão temporária, em princípio, tem validade de cinco dias.

A prisão de Esteves foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por envolvimento em uma articulação com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), também preso, para impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos condenados no processo das Lava Jato.

Existe porém a possibilidade de Esteves ser transferido para Brasília, caso o mandado de prisão temporária seja prorrogado ou seja expedido mandado de prisão preventiva (que não tem validade).

Há ainda outra possibilidade: o processo de Esteves, hoje no Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser encaminhado para Justiça Federal de primeira instância, em Curitiba, que analisa o processo da Operação Lava Jato.

O BTG Pactual é um banco de investimentos listado e controlado por uma sociedade de executivos. O BTG Pactual tem sede no Brasil, com atuação também no Chile, Peru, Colômbia, México, Estados Unidos, Reino Unido e na China.

A instituição tem R$ 302,8 bilhões em ativos, de acordo com o último balanço do banco referente a setembro. O lucro líquido do banco chegou a R$ 1,509 bilhão, no terceiro trimestre deste ano, com crescimento de 96% em relação ao mesmo período de 2014.

Histórico do banco- A história do banco tem início em 1983, quando o Pactual foi fundado no Rio de Janeiro como uma corretora de valores. Em 13 anos, a empresa expandiu-se e tornou-se um banco completo. Em maio de 2006, a empresa suíça UBS AG adquiriu a Pactual e foi criado o “UBS Pactual” para atuar nos países da América-Latina. Esteves se tornou o presidente de todas as operações latino-americanas do UBS.

Em 2008, André Esteves e um grupo de sócios deixaram o UBS Pactual e montaram a BTG, empresa global de investimentos, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Nova Iorque e Hong Kong.

Em 2009, o BTG Investment fechou a aquisição do UBS Pactual por US$ 2,5 bilhões e a transação foi finalizada e homologada pelo Banco Central em outubro do mesmo ano. A operação foi concluída em setembro de 2009, com a criação do BTG Pactual. Com a compra, os sócios que haviam deixado o Banco em 2008 se juntaram aos que haviam permanecido na instituição.

Em 2011, o BTG Pactual adquiriu participação de 37,64% no Banco PanAmericano, composta por 51% de suas ações ordinárias e 21,97% de suas ações preferenciais.

Entre as áreas de atuação do banco, está o investimento em empresas como sócio. Com essa estratégia, o BTG Pactual tornou-se sócio da Sete Brasil, empresa investigada na Operação Lava Jato. A companhia foi criada para administrar sondas de perfuração próprias e contratadas para a Petrobras usar na exploração das descobertas de petróleo em águas profundas da camada do pré-sal.

Graduado em Ciências da Computação, Esteves ingressou no então Banco Pactual em 1989 e quatro anos depois se tornou sócio da instituição.

Ontem, o Conselho de Administração do Banco BTG Pactual designou Persio Arida como presidente interino da instituição. Arida é sócio fundador da BTG e já foi presidente do Banco Central e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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