Publicado em 20/06/2016 às 17h38.

BNDES cria força-tarefa para analisar pedidos de empréstimo

Segundo Marilene Ramos, diretora de Infraestrutura do banco, algumas concessões com dificuldades de financiamento são controladas por empresas envolvidas na Lava Jato

Jaciara Santos
Brasília - A presidente do-Ibama, Marilene Ramos fala sobre o desastre ecológico em Mariana/MG, cujas repercussões começam a ser percebidas em Abrolhos/BA (Valter Campanato/Agência Brasil)
Marilene Ramos: ‘Não há prazo para aprovar financiamentos’ ((Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

 

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, criou uma força-tarefa para olhar para a situação dos pedidos de empréstimo para as concessões de infraestrutura da primeira fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL), leiloados no segundo semestre de 2013. Segundo a nova diretora da Infraestrutura do banco de fomento, Marilene Ramos, não há prazo para aprovar esses financiamentos, mas é importante que os problemas sejam entendidos e resolvidos.

“A força-tarefa foi criada para entender os riscos e dar uma solução, que não pode ser rolada. Os problemas devem ser entendidos e resolvidos”, disse Marilene, pouco antes de participar de um seminário na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Alguns projetos importantes da primeira fase do PIL já tiveram até empréstimo-ponte (de curto prazo) aprovado pelo BNDES, mas a aprovação do financiamento de longo prazo já passa do prazo tradicional do banco de fomento. É o caso do financiamento do Aeroporto do Galeão, no Rio, e da BR-163, em Mato Grosso, ambos projetos da Odebrecht Transport. Outro projeto importante que aguarda o financiamento de longo prazo é a concessão do trecho da BR-040 entre Juiz de Fora-MG e Brasília.

Muitas das concessões com dificuldades na aprovação dos empréstimos são controladas por empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Um dos problemas é a concessão da garantias, reconheceu Marilene. “Há alguns problemas com relação à apresentação de garantias pelos tomadores”, afirmou a diretora do BNDES.

O financiamento de R$ 3,58 bilhões para a Concessionária das Rodovias Centrais do Brasil (Concebra), controlada pela Triunfo Participações e Investimentos, que administra o trecho BR-060/BR-153/BR-262, entre Minas Gerais e Goiás, foi aprovado pelo BNDES, mas não foi contratado, porque a Caixa está resistindo a repassar cerca de 15% do valor.

Segundo Marilene, a força-tarefa do BNDES está dialogando com autoridades do Ministério da Fazenda, dos bancos públicos e das agências reguladoras, para encontrar soluções tanto para o caso da Concebra quanto dos demais projetos.

 

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