Publicado em 13/08/2025 às 10h57.

Brasil ultrapassa 1,6 mil mortes por acidente de trabalho em 2025

País segue em 4º lugar no ranking mundial; fiscalização é defendida como essencial

Redação
Foto: Divulgação/ assessoria

 

Mais de 1.600 pessoas morreram em acidentes de trabalho no Brasil apenas nos seis primeiros meses de 2025. Os dados, divulgados nesta semana pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, expõem uma realidade preocupante: o país segue ocupando o quarto lugar no ranking mundial de mortes por acidentes laborais, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os números fazem parte do Radar SIT, painel de monitoramento que acompanha as notificações de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) em todo o país. Entre janeiro e junho deste ano, foram mais de 400 mil CATs emitidas, evidenciando também um alto número de lesões e adoecimentos relacionados às condições de trabalho.

Para o presidente do SINAIT DS/BA, auditor-fiscal do trabalho Diego Leal, os dados reforçam a urgência da valorização da fiscalização e da prevenção.
“Não estamos falando de números, mas de vidas interrompidas, famílias destruídas e profissionais que saíram para trabalhar e não voltaram para casa. A Auditoria-Fiscal do Trabalho tem papel fundamental na prevenção desses acidentes, mas precisa de estrutura, condições e efetivo para agir com amplitude e profundidade”, afirmou.

“É preciso que empresas, governos e sociedade compreendam a gravidade da situação. A prevenção de acidentes não pode ser vista como gasto, mas como investimento em dignidade, segurança e produtividade. Onde há auditoria, há prevenção”, acrescentou.

Os setores mais afetados são a construção civil, o meio rural e o transporte, historicamente marcados por condições precárias e alta exposição ao risco. O cenário é agravado pela informalidade, subnotificação e falta de políticas mais rígidas de proteção ao trabalhador.

O SINAIT reforça seu compromisso com a defesa da vida e da dignidade no ambiente de trabalho e lembra que a fiscalização não é apenas punitiva, mas também educativa e necessária.
“Só haverá mudança real quando o trabalho seguro deixar de ser exceção e passar a ser a regra”, concluiu Diego Leal.

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