Publicado em 26/02/2020 às 16h26.

Coronavírus: ministro da Saúde descarta restrição a voos e cruzeiros

"Fechamento de fronteiras não é eficaz", afirma Mandetta; primeiro caso do vírus foi confirmado em São Paulo

Redação
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

A hipótese de o Brasil limitar o ingresso de estrangeiros no país, em uma tentativa de dificultar a disseminação do coronavírus, foi descartada nesta quarta-feira (26) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Não vamos fazer nenhum tipo de interrupção de voos porque não há nenhuma eficácia nisto”, disse após confirmar o primeiro caso de infecção pela doença no Brasil.

O paciente é um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que, provavelmente, contraiu o vírus ao viajar para a Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. “Perguntaram-me por que não fechar [as fronteiras]. Isto não existe. Não tem eficácia nenhuma. Esta é mais uma gripe que a humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas, esta tem letalidade menor e tem uma transmissibilidade similar à de determinadas gripes que a humanidade já superou. Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves, como a do H1N1, e vamos atravessar mais esta situação investindo em pesquisa e na clareza de informações”, relatou.

Desde terça (25), quando o Ministério da Saúde tornou público que os primeiros exames clínicos a que o paciente foi submetido tinham acusado positivo para Covid-19, internautas começaram a usar as redes sociais para pedir mais rigor no controle de entrada de estrangeiros e brasileiros vindos do exterior.

Segundo o ministro, que é médico, as formas mais eficazes de o país evitar a disseminação da doença são dotar a rede de saúde nacional da capacidade de identificar e testar os casos suspeitos rapidamente, e, em caso positivo, adotar os procedimentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo ministério. Além disso, a população deve intensificar os cuidados recomendados para qualquer tipo de gripe, como evitar aglomerações desnecessárias.

“O brasileiro precisa aumentar o número de vezes que lava as mãos e o rosto com água e sabão ao longo do dia. Este é um hábito extremamente importante, não só para evitar problemas respiratórios, mas também outras doenças”, disse o ministro, recomendando que as pessoas também evitem compartilhar copos e outros utensílios que possam transmitir o vírus por meio da saliva.

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