Publicado em 27/12/2024 às 15h32.

Desocupação recua para 6,1% em novembro e é a menor taxa desde 2012

Indicador apresentado pela PNAD Contínua representa 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no país. Em um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego

Redação
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em novembro de 2024 recuou para 6,1%, a menor da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Essa taxa representa 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no país, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Em um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego. Ante o mesmo trimestre de 2023, 1,4 milhão de pessoas saíram da população desocupada. Os dados são da PNAD Contínua mensal, divulgados nesta sexta-feira, 27 de dezembro, pelo IBGE.

O indicador no trimestre encerrado em novembro de 2024 recuou 0,5 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de junho a agosto de 2024 (6,6%) e caiu 1,4 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,5%). A taxa de desocupação está 8,8 p.p. abaixo do recorde da série histórica da PNAD Contínua (14,9%), que foi atingido no trimestre encerrado em setembro de 2020, enquanto o número de desocupados está 55,6% abaixo do recorde da série (15,3 milhões), registrado no primeiro trimestre de 2021, sendo ambos os períodos ainda durante a pandemia de Covid 19.

O ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais.

Recorde de ocupação

Foi novamente recorde a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando (nível de ocupação), chegando a 58,8%. O total de pessoas ocupadas no país chegou a 103,9 milhões. Na série histórica, essa população ocupada havia caído ao menor patamar (82,6 milhões) no trimestre encerrado em agosto de 2020. De lá para cá, houve alta de 25,8%, o equivalente a 21,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

Com nova alta da ocupação no trimestre, o país tem recordes também entre os empregados no setor privado (53,5 milhões), com altas de 1,3% (mais 661 mil pessoas) no trimestre e de 4,6% (mais 2,4 milhões de pessoas) no ano. O número de empregados com carteira assinada no setor privado também foi recorde: 39,1 milhões. Houve alta de 1,3% (+496 mil) no trimestre e de 3,7% (+1,4 milhão) no ano. Além disso, o número de empregados no setor público (12,8 milhões) apresentou recorde, ficando estável no trimestre e subindo 5,6% (685 mil pessoas) no ano.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “o ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais”.

Informalidade

O número de empregados sem carteira assinada não teve variação significativa no trimestre, mantendo-se em 14,4 milhões, enquanto o total de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) cresceu 1,8% no trimestre e ficou estável no ano. Com isso, a taxa de informalidade ficou em 38,7%, o equivalente a 40,3 milhões de trabalhadores informais. Essa taxa está ligeiramente abaixo da registrada no trimestre anterior (38,8%) e foi menor que a do mesmo período de 2023 (39,2%).

Grupamentos de atividade

Quatro dos dez grupamentos de atividade investigados pela pesquisa puxaram a alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior: Indústria, Construção, Administração pública e Serviços domésticos.

A Indústria cresceu 2,4% (+309 mil), a Construção cresceu 3,6% (+269 mil), o setor de “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais” cresceu 1,2% (+215 mil) e os “Serviços domésticos” cresceram 3% (+174 mil). Somadas, essas quatro atividades econômicas ganharam mais 967 mil trabalhadores, no trimestre.

“A expansão da ocupação por meio de diversas atividades econômicas vem permitindo que tanto os trabalhadores de ocupações elementares quanto os de serviços profissionais mais avançados sejam demandados, expandindo o nível da ocupação geral da população ativa”, explica Adriana Beringuy.

Recorde na massa de rendimento

O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.285) ficou estável no trimestre e cresceu 3,4% no ano. Já a massa de rendimento real habitual foi novo recorde, chegando a R$ 332,7 bilhões, com alta de 2,1% (mais R$ 7,1 bilhões) no trimestre e de 7,2% (mais R$ 22,5 bilhões) no ano.

Na comparação trimestral, apenas o grupamento “Transporte, armazenagem e correio” registrou alta no rendimento médio: 4,7%, ou mais R$ 141. No ano, o rendimento cresceu para três atividades: “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas” (3,9%, ou mais R$ 102), “Transporte, armazenagem e correio” (7,8%, ou mais R$ 229) e “Serviços domésticos” (3,6%, ou mais R$ 43), com estabilidade nos demais grupamentos.

Recuo na subutilização

A taxa composta de subutilização (15,2%) recuou nas duas comparações: -0,7 p.p. no trimestre e -2,1 p.p. no ano. Foi a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014 (14,9%). A população subutilizada (17,8 milhões) foi a menor desde o trimestre móvel encerrado em maio de 2015 (17,7 milhões), recuando nas duas comparações: -3,9% (-725 mil) no trimestre e -11,0% (-2,2 milhões) no ano.

Pesquisa PNAD Contínua

Indicador da PNAD Contínua representa a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil. Sua amostra abrange 211 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios, que são visitados a cada trimestre. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham nesta pesquisa, integrados às mais de 500 agências do IBGE em todo o país.

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