Publicado em 25/02/2016 às 16h00.

Embraer: aviação regional depende do crescimento do país

Presidente da empresa admite que o momento atual da economia brasileira não é favorável para nenhum tipo de investimento

Agência Estado
Paulo Cesar Silva
Silva: ‘Mas não tenho dúvida de que os investimentos vão chegar’ (Divulgação)

 

O presidente da Embraer Aviação Comercial, Paulo Cesar Silva, afirmou nesta quinta-feira (25), em coletiva de imprensa, que o momento atual da economia brasileira não é favorável para nenhum tipo de investimento, mas que, quando o país voltar a crescer, a aviação regional passará por um maior desenvolvimento

“O mercado brasileiro é bastante grande e importante quando olhamos no contexto global. Nós vemos o futuro da aviação regional no Brasil com bons olhos”, disse Silva. “Claro que isso não vai acontecer neste momento, vemos a economia encolhendo, mas, quando o país voltar a crescer, teremos mais desenvolvimento da aviação regional”.

O executivo ainda ressaltou que a Embraer enxerga espaço no mercado brasileiro para aviões de 100 assentos, segmento em que a empresa é especializada. Silva também afirmou que os investimentos em infraestrutura e novos aeroportos são fundamentais para o desenvolvimento da aviação regional no Brasil.

“Não adianta querer desenvolver uma região se não há condições mínimas para pistas de aeroporto. Mas não tenho dúvida de que os investimentos vão chegar, de que o governo vai investir para ter regionalização maior”.

A Embraer apresentou nesta quinta, em cerimônia realizada em São José dos Campos (SP), o E190-E2, primeiro jato da segunda geração da família de E-Jets de aviões comerciais, os E-Jets E2. O voo inaugural da aeronave está programado para o segundo semestre deste ano, com entrada em serviço prevista para 2018.

O programa E2 foi lançado em junho de 2013 com um investimento de US$ 1,7 bilhão, visando a manutenção da liderança da Embraer no segmento de aviões de 70 a 130 assentos. Os novos jatos possuem motores e equipamentos de alto desempenho e mudanças aerodinâmicas que resultarão em menores custos de manutenção e consumo de combustível.

Desde o lançamento do programa, os E-Jets E2 já receberam 640 pedidos, sendo 267 firmes e 373 opções e direitos de compra. O E190-E2 terá o mesmo número de assentos do atual E190, podendo ser configurado com 97 ou 106 assentos.

Mercado global – Os E-Jets E2 já receberam encomendas de companhias aéreas de Estados Unidos e China, destacou o diretor comercial (CCO) da Embraer Aviação Comercial, John Slattery. O executivo ainda ressaltou que, em relação à Europa, ainda não há ordens anunciadas, mas que a empresa realiza campanhas específicas na Europa Ocidental para as novas aeronaves.

Silva ainda comentou que os preços baixos do petróleo nos mercados globais são favoráveis à indústria, dado que existe uma relação entre preço do petróleo e pedidos de aeronaves. “Nesse sentido, é bom para a indústria”.

O executivo ressaltou, no entanto, que as aéreas tomam decisões em longo prazo, fazendo análises para os próximos 15 a 20 anos. “Acho que ninguém espera que o petróleo vá ficar nos preços atuais. A tendência é que o preço suba, se estabilize num patamar que ninguém sabe qual é. Acho que não é absurdo imaginar o petróleo entre US$ 60 e US$ 90 mais a frente”.

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