Publicado em 03/06/2025 às 09h30.

Esposa de MC Poze é alvo de operação que investiga esquema de lavagem de R$ 250 mi do CV

A influenciadora Viviane Noronha é apontada como beneficiária direta de recursos oriundos da facção

Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza uma operação nesta terça-feira (3) que visa desarticular um núcleo financeiro da facção Comando Vermelho (CV) responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões. Os valores são oriundos do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos de uso restrito, afirma a corporação.

Segundo matéria do InfoMoney, a operação inclui o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, além de ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias. Entre os investigados estão um homem com histórico considerado relevante dentro do sistema financeiro informal ligado à facção e que é procurado pelo FBI por suposta atuação como operador de valores para o grupo terrorista Al-Qaeda, de acordo com dados de cooperação internacional.

Outro alvo da operação é a influencer Viviane Noronha, esposa do artista MC Poze do Rodo, preso na última quinta-feira (29) por apologia ao crime e associação ao Comando Vermelho. De acordo com a investigação, Viviane e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos do CV, recebidos por meio de laranjas com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro.

Análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram direcionados para contas bancárias ligadas à influenciadora, o que a levou a ser um dos focos centrais do inquérito.

A corporação ainda detalha que o esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades.

As investigações identificaram Fhillip Gregório da Silva, conhecido como “o Professor”, que morreu no domingo (29), no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, como uma das figuras centrais do esquema financeiro da facção. Fhillip era responsável por organizar eventos como o “Baile da Escolinha”, que, segundo as autoridades, funcionava como uma ferramenta de captação de recursos para o tráfico de drogas e armas.

A morte do criminoso, dizem os policiais, não compromete o andamento do inquérito e também não interfere nas medidas judiciais em andamento. A sua importância dentro do esquema, principalmente na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo, continua.

Um restaurante situado em frente ao local onde o “Baile da Escolinha” é realizado também é alvo das investigações, que apontam o destino como um ponto de lavagem de dinheiro e movimentação de recursos provenientes do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita, funcionando como um polo logístico e símbolo de poder da facção, conectando a vida noturna da comunidade ao CV, diz a Polícia Civil.

Outra empresa com papel relevante no esquema, segundo a Polícia Civil, é uma produtora identificada como operadora de lavagem de dinheiro e fomentadora de bailes funk promovidos por integrantes da facção criminosa, que funcionavam como ponto de venda de drogas. O responsável pela firma, e a própria empresa, são apontados como destinatários diretos dos recursos financeiros oriundos de operadores do CV.

De acordo com as autoridades, ambos recebiam valores de pessoas físicas e jurídicas com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos lucros do tráfico. Entre os remetentes identificados nas análises financeiras destacam-se, afirma a Polícia Civil, um segurança pessoal do traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefe da facção no Complexo do Alemão, e o homem procurado pelo FBI.

A operação mobiliza equipes das delegacias de Roubos e Furtos (DRF), de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD).

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