Publicado em 27/12/2015 às 08h40.

‘Geddel gastou o dobro na transposição’, diz Paulo Rangel

Deputado estadual afirma que projeto de transposição do Rio São Francisco beneficiará empresários e latifundiários

Elieser Cesar
Deputado estadual Paulo Rangel (PT). Foto: divulgação
Deputado estadual Paulo Rangel (PT). Foto: divulgação

O deputado estadual Paulo Rangel (PT) acusou o ex-ministro da Integração Regional, Geddel Vieira Lima, de ter feito uma obra açodada e pelo dobro do preço ao começar, como ministro do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto de transposição do rio São Francisco. “Eu sempre divergi tecnicamente de Lula, quando ele disse que Geddel era o homem certo para tocar o projeto que fez de forma açodada e pelo dobro do preço”, afirmo Rangel, em discurso na Assembleia Legislativa.

O parlamentar disse que o projeto em andamento via destinar 80% das águas transportas à produção de frutas e beneficiar principalmente “a latifundiários e comerciantes de equipamentos pesados”. Rangel foi  assistente técnico da Companhia Hidroelétrica do São Francisco e administrador regional da CHESF em Paulo Afonso, e acompanhou o começo as obras de transposição do rio São Francisco.

Também os deputados Adolfo Viana (PDSB) e Alex da Piatã (PMDB) cobram a revitalização do rio São Francisco. Para Viana, até agora, a Bahia ficou de fora dos benefícios do projeto de transposição e não foi contemplada com nada. “Não podemos perder mais tempo. Temos que unificar dos discursos, oposição e situação nesta Casa, e cobrar a revitalização do rio São Francisco”, pregou Viana, que tem base eleitoral em Casa Nova, no médio São Francisco.

Alex da Piatã acha que antes da transposição deveria ter sido feita a revitalização, “pois não se pode tirar água de quem não tem, assim como uma pessoa anêmica  não pode doar sangue”. O deputado cobrou a adoção de medidas de revitalização, “antes que o rio, já na UTI, morra”.

Projeto de transposição – Iniciadas em 2007, no governo Lula,as obras de transposição do rio São Francisco deveriam ter sido concluídos em 2015, para  beneficiar mais de 12 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.  O planejamento inicial previa a conclusão em 2010 do Eixo Leste, com extensão de 220km e orçamento inicial de R$ 1,5 bilhão, e em dezembro de 2012, do Eixo Norte, com extensão de mais de 400km e custo preliminar de R$ 3,4 bilhões.

Em agosto passado, a presidenta Dilma Rousseff foi a Cabrobó, no sertão de Pernambuco – a mesma cidade onde o bispo  Dom Luiz Cappio, da diocese de Barra, na Bahia, fez duas greves de fome contra o projeto – , para inauguraras obras do canal de transposição do Rio São Francisco que atenderá cerca de 12 milhões de famílias do semiárido nordestino.

 

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