Governo alinhava proposta de reforma da Previdência
A ideia é apresentar um "esqueleto" das medidas em reunião com sindicalistas na próxima semana, conforme ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha

O governo já começou a formatar sua proposta de reforma da Previdência e deverá apresentar um “esqueleto” das medidas em reunião com sindicalistas na próxima semana. “Eu quero dividir a paternidade dessa reforma”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Entre as alternativas que serão apresentadas está a possibilidade de cobrar, das empresas exportadoras do agronegócio, alguma contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Atualmente, essas empresas, se concentram suas vendas ao exterior, não precisam recolher a contribuição. É o único setor da economia a ter esse tratamento, segundo técnicos que trabalham na proposta. Quando a venda é para o mercado interno, pagam uma alíquota de 2,6% sobre o faturamento.
“Isso é nonsense”, disse, sobre a ideia, o ex-ministro da Previdência Roberto Brant, consultor da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “É começar a reforma pelo lado errado, o das receitas, em vez de atacar as despesas.” Ele frisou que o Brasil é o país que mais gasta com Previdência, considerando como proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
As mudanças em estudo pelo governo serão concentradas em cinco grandes temas, e para cada um deles há um conjunto de opções a serem discutidas com os trabalhadores para formar uma proposta conjunta: pensão por morte, idade média de aposentadoria, diferença de regimes entre homens e mulheres, previdência dos servidores públicos e o novo tratamento ao agronegócio.
A tributação extra sobre o agronegócio integra o conjunto de medidas destinado a atacar o déficit da Previdência no setor rural, que responde pela maior parte do déficit do sistema como um todo. Há alternativas de aperto em todos os cinco itens analisados, com o objetivo de estancar a escalada do déficit da Previdência, que deverá chegar a R$ 133,6 bilhões este ano, segundo cálculos da área econômica.
O sistema de aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais é hoje o maior problema a ser enfrentado para o reequilíbrio das contas públicas.
Pensão – No caso das pensões por morte, uma ideia é retomar a proposta, discutida no ano passado mas descartada pelo Congresso Nacional, de limitar os benefícios pagos a pensionistas do funcionalismo público. A regra poderá ser parecida com a adotada no INSS: o valor seria um porcentual do salário, acrescido de uma parcela variável conforme o número de dependentes.
A idade mínima de 65 anos, defendida por muitos integrantes da equipe econômica, é apenas uma das possibilidades que deverão ser apresentadas aos sindicalistas. O objetivo é elevar a idade média das pessoas ao aposentar-se.
No caso das aposentadorias rurais, além da contribuição do agronegócio, o governo examina a situação dos pequenos proprietários, como os que lidam com agricultura familiar. Hoje, eles contribuem só quando comercializam sua produção. Quando não há venda, eles não precisam recolher ao INSS. Essa é uma situação que, do ponto de vista dos técnicos, deve ser avaliada. Brant disse que esse grupo, e não as empresas, é responsável pelo déficit previdenciário no setor. O pagamento de benefícios a pessoas que vivem na área rural é um programa social, explicou “Está no INSS não sei por quê.”
Há propostas também para aproximar as regras de aposentadoria de homens e mulheres. Hoje, o tempo mínimo de contribuição para homens é de 35 anos e para as mulheres, de 30 anos. Mas elas vivem mais, segundo mostram os números.
O governo quer, ainda, aproximar as regras das aposentadorias de servidores públicos das de trabalhadores da iniciativa privada. Quer, também, incentivar os estados a criarem seus próprios fundos de aposentadorias.
No momento, não está sobre a mesa a discussão do piso de benefícios, hoje equivalente a um salário mínimo. Essa é uma ideia que circula na equipe econômica. Da mesma forma, não está em exame desvincular benefícios sociais, como o da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), pago a idosos e deficientes de baixa renda, do piso salarial nacional.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Mais notícias
-
Brasil
13h30 de 11/05/2025
Corpo de arquiteto desaparecido após show de Lady Gaga é encontrado no RJ
IML ainda confirmará a identidade do corpo encontrado; Apesar disso, o namorado de Igor confirmou à imprensa que se trata do arquiteto
-
Brasil
08h30 de 11/05/2025
Nenhum apostador acerta as dezenas, e Mega-Sena acumula prêmio em R$ 45 mi
Sorteio realizado pela Caixa Econômica Federal ocorreu no sábado (10), e foi equivalente ao concurso de número 2861
-
Brasil
13h30 de 10/05/2025
Mega-Sena: Prêmio de R$ 45 milhões é sorteado neste sábado (10)
Sorteio será realizado a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, em São Paulo
-
Brasil
21h40 de 09/05/2025
Caixa Econômica prorroga calendário de aditamentos do novo Fies
Estudantes podem realizar a renovação dos contratos até 30 de junho e solicitar a dilatação do prazo de utilização a partir do dia 1º de junho
-
Brasil
20h40 de 09/05/2025
Romeu Zema é processado pelo PT por associar corrupção do INSS ao partido
O PT pede R$ 30 mil de indenização - além da exclusão das postagens deitas por Zema
-
Brasil
14h16 de 09/05/2025
IBGE inverte mapa-múndi e sindicato critica: ‘Em vez de informar, distorce’
A Associação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE-SN) argumenta que a mudança fere a credibilidade da entidade
-
Brasil
20h40 de 08/05/2025
Caixa sorteia concurso de nº 2860 da Mega-Sena; confira as dezenas sorteadas
Até o momento, a Caixa não divulgou o rateio do prêmio
-
Brasil
10h31 de 08/05/2025
Nomeados do Concurso Unificado têm 30 dias para tomar posse no Ministério da Gestão
Foram aprovados 370 candidatos para 12 cargos da pasta
-
Brasil
09h32 de 08/05/2025
Exército possui contratos de R$ 3,3 mi com empresa investigada por esquema de fraudes no INSS
Desde 2019, o Exército firmou 13 contratos com a empresa, em gestões que abrangem os governos de Bolsonaro e Lula
-
Brasil
18h42 de 07/05/2025
Pobreza no Brasil recua e índice cai para 25,36%, diz estudo da FGV
Levantamento aponta impacto positivo do mercado de trabalho na renda da população