Publicado em 11/02/2025 às 12h50.

Ibama descarta impacto de decreto de Trump e afirma autonomia no combate a incêndios

Ibama afirma que a medida dos EUA não impacta diretamente as ações contra incêndios florestais, mas pode prejudicar a capacitação de brigadistas

Redação
Foto: Vinicius Mendonça/Ibama

O Ibama informou, nesta terça-feira (11), que a suspensão, por 90 dias, da ajuda internacional dos Estados Unidos para financiar o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil não causará impacto direto.

A iniciativa, que recebia apoio financeiro da USAid, foi afetada por um decreto assinado pelo presidente Donald Trump no dia de sua posse, 20 de janeiro, que determinou a suspensão temporária de toda a ajuda externa destinada a programas internacionais.

Além da suspensão do financiamento a projetos internacionais, Trump anunciou a imposição de uma taxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, medida que entrará em vigor a partir de 12 de março, sem exceção para nenhum país. Vale lembrar que o Brasil, junto com México e Canadá, é um dos maiores exportadores de aço para os Estados Unidos.

Segundo o Ibama, “a paralisação das atividades da USAid não gera impacto direto no combate aos incêndios florestais no Brasil. O prejuízo envolve aspectos técnicos, em virtude da interrupção de algumas ações que poderiam contribuir para a reestruturação das instituições brasileiras, particularmente em termos de capacitação de profissionais.”

O instituto foi notificado da suspensão do financiamento por e-mail. O programa, criado em 2021 a partir de uma parceria entre os dois países, atua na formação e capacitação de brigadistas para o combate a incêndios e queimadas. Contudo, o Ibama ressalta que “não há acordo direto firmado entre o Ibama e a USAid em execução no presente momento.”

O órgão destaca ainda que as ações de prevenção e combate aos incêndios florestais no país são realizadas com recursos provenientes do orçamento da União, não dependendo de recursos externos.

Desde sua criação, o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil realizou mais de 50 cursos e capacitações, alcançando milhares de pessoas, inclusive indígenas que passaram a atuar na linha de frente do combate aos incêndios em seus territórios.

Apesar de, no momento, não haver nenhum acordo direto com a USAid, o Ibama informou que ainda estavam agendados encontros e reuniões com o Serviço Florestal dos Estados Unidos, responsável pela execução da parceria. Em decorrência disso, “as atividades e reuniões já programadas estão sendo avaliadas pelas instituições federais brasileiras envolvidas no programa (Ibama, ICMBio e Funai) e serão mantidas ou remarcadas a critério dessas instituições, sem a participação do Serviço Florestal dos Estados Unidos.”

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