Publicado em 13/05/2025 às 09h42.

Investigados na CPI da Covid são suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes do INSS

Mauricio Camisotti e Danilo Trento são investigados pela Policia Federal e apontados como peças-chaves no esquema

Redação
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

Dois dos nomes que figuraram entre os alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em 2021, estão sendo investigados pela Polícia Federal por suposto envolvimento no esquema de fraudes que desviou R$ 6,3 bilhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mauricio Camisotti e Danilo Trento são apontados como peças-chaves para a investigação, segundo informações do portal G1.

Segundo matéria do InfoMoney, Camisotti é apontado pela PF como sócio oculto da Ambec, entidade que faturou R$ 178 milhões entre 2019 e 2024 com contribuições associativas descontadas diretamente na folha de beneficiários. A associação acumula mais de 2 mil reclamações.

Ele também foi citado como financiador oculto de outra empresa, a Precisa Medicamentos, que intermediava a compra da vacina indiana Covaxin, que foi alvo da CPI da Covid. Na época, a vacina foi apontada como a mais cara negociada pelo governo federal, com custo de R$ 80,70 por dose, quatro vezes mais que a AstraZeneca. O contrato acabou suspenso após indícios de irregularidades.

Em paralelo a sua atuação no Ministério da Saúde, Camisotti também firmava vínculos com o INSS, e ainda em 2021, quando a CPI da Covid ainda estava em andamento, a Ambec assinou um acordo de cooperação técnica com o instituto, autorizando descontos diretos em benefícios previdenciários.

O outro nome que reaparece nas investigações é o de Danilo Trento, também indiciado pela CPI da Covid por suposta participação em organização criminosa. A apuração da PF aponta que Trento foi avistado circulando em áreas restritas do Aeroporto de Congonhas com malas, acompanhado do então procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, e do agente da PF Philipe Coutinho,

Coutinho é acusado de facilitar a movimentação de dinheiro ilícito, e US$ 200 mil em espécie foram apreendidos em sua residência durante a investigação. O montante é equivalente a cerca de R$ 1,1 milhão.

Ainda segundo os investigadores, a conexão entre Trento e o procurador-geral do INSS no esquema era profunda, e os dois atuavam em conjunto. A PF suspeita que o grupo operava o envio e recebimento de valores ligados aos descontos irregulares com o uso de empresas intermediárias e movimentações em espécie.

A oposição no Congresso protocolou na segunda-feira (12) um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a fraude. Paralelamente, o governo anunciou um cronograma de ressarcimento às vítimas dos descontos ilegais.

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